Por Ana Dubeux e Carlos Alexandre de Souza – Na última sexta-feira, o governador Ibaneis Rocha (MDB) queimou a largada da corrida eleitoral para 2026, ao lançar a vice Celina Leão (PP) como candidata ao Buriti. Mantida as condições atuais de temperatura e pressão, Celina deve dar continuidade ao trabalho do governador, enquanto ele abriria caminho para concorrer a uma das duas vagas ao Senado.
Mas a corrida para o Buriti tem outros nomes na disputa. A senadora Damares Alves (Republicanos), fenômeno das urnas em 2022, tem a vantagem de entrar na briga sem o risco de perder o mandato de oito anos. Izalci Lucas (PSDB), por sua vez, está em posição diferente, pois teria de partir para o tudo ou nada ao GDF, objetivo amplamente conhecido do parlamentar tucano.
Do lado progressista, o campo está aberto. Leila Barros, surpresa na eleição de 2018, aparece como nome mais forte. A senadora assumiu recentemente a direção do PDT/DF em um evento muito prestigiado por todos os partidos do campo de esquerda. Ela ganhou mais projeção, nas últimas semanas, depois das articulações no Congresso Nacional em defesa do Fundo Constitucional.
Rodrigo Rollemberg, Leandro Grass, Valdir Oliveira são outros nomes nas conversas para 2026.
Mas todos eles enfrentam um desafio: é possível convencer o eleitoral brasiliense, que tem demonstrado clara preferência por candidatos de perfil conservador? Uma candidatura de esquerda possui uma dificuldade adicional. Lula transfere pouco voto no DF — ao menos para dobrar a concorrência nas urnas.
Assim foi em 2022, quando Grass alcançou o segundo lugar na corrida ao Buriti, mas não conseguiu evitar a vitória de Ibaneis no 1º turno. Com o presidente Lula dando expediente no Planalto, será possível almejar uma possível volta do PT ao Buriti? A ver.
No direito
Dois novos desembargadores tomaram posse no Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT). Sandra Reves Vasques Tonussi e Maurício Silva Miranda passam a integrar a segunda instância. A magistrada foi escolhida por unanimidade, seguindo o critério de antiguidade, e ocupou a vaga de César Laboissiere Loyola. Já o procurador Maurício Miranda ocupa a vaga destinada ao quinto constitucional do Ministério Público do DF e Territórios, após a aposentadoria do desembargador Romeu Gonzaga Neiva.
Vitória delas
Na cerimônia, o presidente do TJDFT, desembargador Cruz Macedo, exaltou a conquista da nova colega. “É muito gratificante ver as mulheres assumindo cargos relevantes, conquistados com muita luta, trabalho redobrado e muito estudo.” Cruz Macedo também parabenizou Miranda pela trajetória profissional.
Tensão na OAB
Amanhã (19/6) a Ordem dos Advogados do Brasil define a lista sêxtupla para ocupar uma vaga aberta no Superior Tribunal de Justiça. A lista segue para o STJ, que escolhe três nomes. Os indicados são apresentados ao presidente Lula, a quem cabe escolher um candidato. Esta lista está praticamente certa, porque é um acordo entre as OABs de todo o país. A expectativa é de que haja um representante de seis unidades da Federação: BA, DF, MG, ES, RJ e CE.
Voz crítica
Mas um concorrente, não previsto na seleção, pode ser uma surpresa. Flávio Caetano, de São Paulo, foi advogado da ex-presidente Dilma Rousseff. Na época do impeachment, criticou a OAB por apoiar o processo que retirou a petista da Presidência da República. A postura de Caetano é motivo de desconforto entre conselheiros da OAB, pressionados a escolher um filiado que criticou a entidade.
Clube do Bolinha
A luta para garantir maior participação feminina nos altos escalões do Judiciário do País está longe do fim. Para constatar, basta olhar com atenção o que ocorre na maioria dos tribunais. Um caso recente: na lista de inscritos para promoção do Tribunal Regional Federal (TRF-1), agora em junho, dos 23 inscritos para a única vaga aberta, apenas seis mulheres são candidatas.
Meninos, eu vi
O general Fernando Azevedo, ex-ministro Defesa — que não se curvou aos caprichos de Bolsonaro na época em que o ex-presidente radicalizou ao exigir o engajamento político das Forças Armadas, presenciou pelo menos dois outros momentos críticos da história do Brasil. Quando ainda era major, Azevedo atuou como ajudante de ordens de Fernando Collor de Mello nos últimos meses da Presidência da República. Azevedo guarda duas memórias marcantes desse período: o isolamento político de Collor e a formalidade até em momentos familiares, como na hora das refeições.
Livro-grafite
A Biblioteca Central da UnB se tornou uma página da literatura “ao vivo e em cores” do escritor Hugo Barros. A parede externa do edifício ilustra a obra DesIguais, sobre o abismo social que marca a realidade brasileira. O enredo foi ilustrado em uma espécie de “livro-grafite” por Mikael Omik. “O grafite populariza a arte e, nesse projeto, leva a literatura para todo mundo, especialmente, para as crianças. Essa é a ideia”, explica Hugo.
Literatura para todos
Lançado em 2017, o projeto Livro de rua busca democratizar a literatura e incentivar a leitura. A ideia é pintar nos muros da cidade uma versão em grafite de obras com temáticas sociais atuais.
Brasília em debate
A reunião da Câmara Temática do PPCUB, na última sexta-feira, terminou com novidade: uma nova audiência pública sobre o plano de preservação de Brasília ocorrerá no próximo mês. O anúncio foi feito pela secretária adjunta de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Janaina Vieira. Após as contribuições da sociedade civil, o documento será submetido ao Conplan e encaminhado à Câmara Legislativa do DF.
Viva Jamaika
O Restaurante Comunitário de Ceilândia poderá ser renomeado para homenagear o DJ Jamaika. O rapper pioneiro na cidade morreu em março, aos 55 anos, após anos de luta contra um câncer. O projeto de lei que sugere a mudança é de autoria da deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) e será discutido na segunda-feira, em audiência pública no Auditório da Administração Regional de Ceilândia, às 19h.
Nosso cinema
Margareth Menezes participa de sessão especial e gratuita em homenagem ao Dia do Cinema Brasileiro no Cine Brasília, amanhã, às 19h. Além da exibição do clássico em versão restaurada em 4K Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, haverá um debate com Lino Meireles, Paloma Rocha e Míriam Silvestre e cerimônia oficial com a ministra da Cultura.
Piri em festa
Pirenópolis promove, na próxima semana, um encontro imperdível: vinho com jazz. O Wine Jazz Piri vai expor os melhores queijos, vinhos e outros produtos cultivados e produzidos no Cerrado. “O melhor vinho nacional eleito no último Wine Brasil, um concurso nacional, é de Pirenópolis. As pessoas vão se surpreender com a qualidade dos nossos produtos. Sem falar nos queijos, embutidos, sucos, mel e geleias produzidos em Goiás e que são de qualidade internacional”, conta o organizador do evento, Ricardo Trick.
Terroir do Cerrado
Um dos eventos especiais do festival é o Degusta Terroir do Cerrado, com degustação de vinhos exclusivos do estado de Goiás e Distrito Federal. Os interessados nessa mostra específica — que cobra ingresso de R$ 120 — terão a oportunidade de conhecer 20 vinícolas e pelo menos 50 rótulos.
Jazz & Vinho
O restante da programação é gratuita, com shows e palestras. O Wine Jazz Piri acontece nos dias 23, 24 e 25.
Mandou bem
“Quem não quiser ser criticado, não assuma o risco, não vá para as urnas disputar eleição! O povo tem direito de criticar os políticos e eu vou defender isso até o fim! Sou contra e vou atuar para essa vergonha não passar no Senado!”
Damares Alves (Republicanos), senadora
Mandou mal
“Políticos, magistrados, parentes e até pessoas ligadas à autoridade não podem sofrer discriminação porque respondem a processo ou investigação, seja por corrupção, improbidade ou demais apurações”
Claudio Cajado (PP),
deputado