Após uma reunião breve com o dirigente nacional do PR, Valdemar Costa Neto, nesta manhã (19/07), o ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR) decidiu avaliar, até segunda-feira, se retoma a pré-candidatura ao Palácio do Buriti. O médico disse à parte da Executiva Nacional que, entre outras coisas, precisa conversar com seu grupo político. “Deram-me total autonomia para fazer negociações sobre coligações e formação da chapa. Apesar de ser uma ação muito gentil, preciso pensar e debater”, pontuou.
Líder em pesquisas de intenção de voto, Frejat abandonou a disputa na última terça-feira devido à intransigência de aliados. Reclamou das pressões que vinha sofrendo dentro do grupo, especialmente quanto às negociações políticas. Apontou que, mesmo sem seu consentimento, até cargos da administração pública estavam sendo prometidos por terceiros, caso assumisse a gestão. Mas não citou nomes. Para voltar ao jogo, recebeu carta branca da sigla. Mas, por ora, nada muda. “Por enquanto, não mudei de ideia. Tenho um nome na cidade. Preciso avaliar se vale a pena arriscar”, disse ao Correio.
Se voltar à corrida eleitoral, será ao lado do grupo que integrava até então, formado por MDB, DEM, PP, Avante e PHS. Convidado pela coalizão coordenada pelo senador Cristovam Buarque (PPS) para assumir a cabeça de chapa, Frejat negou a proposta. “Por que faria isso? Tenho meu grupo político. Se o objetivo fosse a união, teriam a viabilizado antes”, apontou Frejat. Com a negativa do médico, a coligação de Cristovam lança, hoje, ao Buriti Rogério Rosso (PSD) ou Izalci Lucas (PSDB).
Apelos e garantias
Desde que decidiu deixar a disputa, Frejat recebeu uma série de apelos de aliados, correligionários e simpatizantes para repensar o posicionamento. Na noite desta quarta-feira, a rua do médico virou palco de manifestações, com direito a bandeiras e um trio elétrico. Ao público, em tom de campanha, ele garantiu que pensaria na possibilidade de voltar à disputa. “Eu não vou vender a minha alma ao diabo. Eu não vou fazer do governo balcão de negócios, porque não é meu governo, não é minha posição, é do povo de Brasília. Se for nas posições que acho que são justas para o povo de Brasília, assumo responsabilidade”, disse a centenas de pessoas que acompanhavam o ato.
Líderes políticos também o visitaram. Presidente regional do MDB, Tadeu Filippelli, garantiu a Frejat total autonomia para a escolha do vice. Desde o início das negociações, estava pacificado que o emedebista faria a indicação do número dois da chapa, devido à estrutura partidária. No entanto, os nomes colocados à mesa não agradaram – seja pelos problemas jurídicos dos candidatos apontados, seja pela falta de afinidade.