Cláudio Abrantes explica por que deixou a liderança do governo na CLDF

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À QUEIMA-ROUPA

Cláudio Abrantes (PDT)

Por que deixar a liderança do governo?
Antes de qualquer outra coisa, agradeço ao governador pela confiança, pela parceria de quase dois anos, que deixa para a população do DF um legado de trabalho e conquistas, um legado de reconstrução da nossa capital. Deixo a liderança com a sensação e a tranquilidade do dever cumprido, para abarcar uma nova frente, um paradigma diferente de trabalho pelo morador do DF, que é a Presidência da Comissão de Assuntos Fundiários. Sei da importância da questão fundiária, do quanto esse novo desafio vai exigir de mim.

Existe alguma insatisfação?
Não da minha parte. Ao contrário, durante esses dois anos que passei à frente da liderança, o fiz com dignidade, com respeito tanto aos meus pares quanto ao governo. Tivemos uma atuação em que, ao mesmo tempo em que contabilizamos sucessivas vitórias, também mantivemos uma postura de independência da Casa, e não podia ser diferente. Haja vista situações em que, até mesmo, me despi do papel de líder para atuar, por exemplo, ao lado da cultura, que faz parte da minha história. Então, não há insatisfação, sou grato a Deus por tudo o que vivi nesses dois últimos anos.

Alguma pressão partidária?
Ainda em 2018, durante a campanha eleitoral, tive liberdade dentro do PDT para deixar de apoiar o PSB para apoiar o então candidato Ibaneis Rocha. E, agora, eu tive essa mesma liberdade para essa mudança de papel, para poder me doar da forma que deve ser à Presidência da CAF.

É um desgaste ser líder do governo?
Nem sempre é fácil, mas, para mim, não foi um desgaste. Ao contrário, pude estar ao lado do governador em diversas decisões de peso para o morador do DF. Eu diria, então, que é muito mais uma questão de foco e equilíbrio, representando o GDF junto ao Legislativo e nunca prescindindo do meu papel primeiro, que é ser deputado, um representante do morador do DF. E, a liderança me permitiu que eu desempenhasse esse papel tanto dentro da CLDF quanto junto ao Executivo. No fim das contas, o diálogo, o bom senso e a verdade são os ingredientes de toda boa relação.

Queria ter tido apoio do governo para ser presidente da Câmara?
Não. Afinal, eu não fui candidato, então não posso cobrar, agora, por um apoio que eu não pedi. Ao contrário, eu pude, com muita tranquilidade, ir em busca do que fazia sentido para mim, que neste momento é a CAF. Vale lembrar que é uma das comissões que mais têm por fazer no DF. Cidades como Brazlândia, Planaltina, Sobradinho e Ceilândia, por exemplo, não têm outra opção que não seja se modernizarem. Ou, do contrário, teremos manchas urbanas tão grandes e esparramadas que será impossível que o poder público atenda a essas populações com prestatividade. Então, é urgente que criemos meios de estancar esse crescimento da forma como está ocorrendo e partamos para novos modelos.

Qual é seu projeto político agora?
Ser o deputado distrital Claudio Abrantes, esse paraibano de coração brasiliense. Esse parlamentar que luta pela cultura, pelo policial civil, pelo policial militar, pelos bombeiros, pelo servidor em geral, pela educação, pelo DF, pela área norte. Quero permanecer ao lado de quem precisa de nossa atuação, quem procura por nós. Meu projeto é ser o político de história limpa que eu sempre fui, que é a nossa marca, com dignidade, lealdade, que não puxa o tapete de ninguém para se sobressair.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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