ANA MARIA CAMPOS/EIXO CAPITAL
Entrevista: Delegada Cláudia Alcântara, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do DF (Sindepo-DF), candidata à reeleição
“Nosso foco é garantir o cumprimento dos acordos salariais, a valorização permanente da carreira e o respeito às condições de trabalho do delegado de Polícia Civil”
Como a senhora pretende fortalecer o papel do sindicato na defesa da categoria frente aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, especialmente no que tange ao cumprimento de acordos salariais e condições de trabalho?
Pretendo continuar atuando de forma técnica, propositiva e articulada junto aos três Poderes. O Sindepo-DF tem consolidado uma relação de diálogo institucional com o Governo Federal, o Governo do Distrito Federal, o Congresso Nacional e o Poder Judiciário. O fortalecimento do nosso papel passa justamente por manter essa interlocução constante, sustentada em dados, fundamentos legais e argumentos sólidos. Nosso foco é garantir o cumprimento dos acordos salariais, a valorização permanente da carreira e o respeito às condições de trabalho do delegado de Polícia Civil, sempre defendendo a autonomia funcional e a dignidade do cargo.
Quais são as principais mudanças que a senhora acredita necessárias para modernizar a atuação do sindicato e melhorar o apoio aos delegados da ativa e aposentados?
Em primeiro lugar, é essencial modernizar os canais de comunicação com os filiados, utilizando tecnologia para ampliar a transparência, a prestação de contas e o diálogo direto com a base. Em segundo, precisamos aprofundar o suporte jurídico, psicológico e institucional aos delegados, tanto da ativa quanto aposentados, garantindo que o sindicato esteja presente em todos os momentos da vida funcional. E, por fim, é necessário fortalecer a atuação política e técnica do Sindepo-DF em Brasília e no Congresso Nacional, participando ativamente dos debates legislativos que impactam a categoria, para que a voz do delegado seja sempre ouvida e respeitada.
Caso seja reeleita, como a senhora planeja dialogar com os associados para ouvir demandas, garantir transparência nas decisões do sindicato e prestabilidade de contas em sua gestão?
Pretendo manter e ampliar o modelo de gestão participativa que já estamos implementando. Quero fortalecer os canais de escuta permanente, com reuniões presenciais e virtuais, e aprimorar a transparência administrativa e financeira, disponibilizando relatórios regulares e prestações de contas claras aos filiados. O Sindepo-DF pertence aos delegados, e é com eles, ouvindo suas necessidades e críticas, que construiremos as decisões. O diálogo e a transparência são a base de uma gestão sindical moderna e legítima.
O reajuste salarial dos delegados e delegadas foi uma boa conquista ou ainda falta muito para o pretendido pela classe?
Sem dúvida foi uma conquista importante, resultado de muito trabalho técnico, articulação política e união da categoria. Mas ainda há caminhos a percorrer. Nosso objetivo é assegurar a correspondência funcional e remuneratória com a Polícia Federal, conforme previsto na Constituição, e continuar avançando na valorização da carreira. Cada passo dado é fruto de luta, diálogo e perseverança, e é nessa linha que continuaremos trabalhando, com serenidade e firmeza, até alcançarmos o patamar de reconhecimento que os delegados de Polícia Civil do DF merecem.
Em tempos de crescente pressão por segurança pública e exposição dos delegados, como o sindicato pode contribuir para a proteção legal, psicológica e de imagem de seus membros?
O Sindepo-DF atua em três frentes: proteção legal, amparo emocional e valorização da imagem dos delegados. Oferecemos apoio jurídico integral e acompanhamos, junto à instituição, as questões de saúde mental, que têm sido uma preocupação crescente. Nossa chapa propõe criar a Diretoria de Amparo Psicológico e Bem-Estar, voltada à prevenção e ao cuidado emocional. Também defendemos a ampliação do plano de saúde, a extensão de benefícios aos aposentados, a autonomia dos delegados para investigar, melhores condições de trabalho, a aplicação da Lei Orgânica, o adicional de substituição e concursos periódicos. Tudo isso para fortalecer a carreira e garantir uma Polícia Civil cada vez mais valorizada.

