ANA MARIA CAMPOS
O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe) é investigado na Operação Panoptes, deflagrada nesta manhã (21/06), por policiais civis da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco), para apurar esquema de fraudes em concursos públicos.
Com autorização judicial da Vara Criminal de Águas Claras, os policiais civis cumprem mandado de busca e apreensão no órgão. A suspeita é de irregularidades em concursos promovidos pelo Cespe pelo menos a partir de 2013, com a participação de funcionários.
A Deco cumpre 4 mandados de prisão dos supostos cabeças do esquema, 16 de condução coercitiva e 12 de busca e apreensão. Entre os alvos, estão Hélio Ortiz e o filho, Bruno Ortiz, envolvidos em várias denúncias de fraudes em concursos, desde 2005 quando foi deflagrada a Operação Galileu.
Por volta das 10h, três carros da Polícia Civil deixaram o Cespe e três viaturas permaneceram no local. Pouco depois, representantes do Ministério Público Federal chegaram ao prédio, que fica no campus da UnB
Na época, o Cespe também foi investigado por fraude em concursos. Os policiais civis procuram no órgão evidências das fraudes. Veja a chegada dos investigadores à instituição:
Em nota, a instituição informou que “está acompanhando a investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), fornecendo todo o apoio necessário à investigação e é o maior interessado em esclarecer os fatos”. Atualmente chamada de Cebraspe, a entidade é uma organização social criada em 2013 para absorver as atividades do Cespe-UnB, que havia crescido demais para ser um centro da universidade.
Mitologia
Panoptes, o nome da operação, é uma referência ao monstro gigante da mitologia grega que tinha cem olhos. “A ideia é que seriam necessários cem olhos para conseguir enxergar e fiscalizar todos esses concursos que estão sendo fraudados porque são muitos”, explica o delegado-adjunto da Deco, Adriano Valente.