Cecor deflagra primeira operação para prender organização criminosa com atuação nacional e proteção de policiais militares do Rio

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ANA MARIA CAMPOS

A recém-criada Coordenação de Combate ao Crime Organizado, contra a Administração Pública e a Ordem Tributária (Cecor) deflagrou, no Rio de Janeiro e em Joinville, a primeira operação para prender uma organização criminosa. Trata-se de um esquema com atuação em várias cidades do país e apoio de policiais militares no Rio de Janeiro. Os criminosos são suspeitos de viajar o Brasil para furtar agências bancárias impunemente e se tornaram alvo da Polícia Civil do DF em julho do ano passado, quando vieram a Brasília para arrombar caixas de autoatendimento de um terminal do Banco do Brasil em Águas Claras. Na ocasião, eles levaram R$ 150 mil em espécie.

Desde então, os suspeitos vinham sendo investigados pelos policiais da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF). Na madrugada de sábado (27/01), uma equipe da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) deflagrou a Operação Terebro e prendeu em flagrante sete suspeitos, autuados no momento em que tentavam roubar o cofre central da agência do Banco do Brasil na Estrada dos Bandeirantes, em Vargem Grande (RJ). Três deles são oriundos de Joinville e se tornaram especialistas em furtar agências do Banco do Brasil e do Santander, arrombando terminais de autoatendimento com uso de serra de corte tipo “serra copo” e os cofres centrais, por meio de lixadeiras e alavancas. Terebro, o nome da operação, significa furadeira em latim, numa referência aos arrombamentos.

Durante a investigação, policiais civis do DF descobriram que eles viajariam para o Rio para conseguir uma bolada. Na cidade, os bandidos foram recebidos por dois policiais militares que ficaram responsáveis pela segurança do grupo. Os dois PMs foram presos. Há duas semanas, eles chegaram no Rio e e se dedicaram a realizar levantamentos em diversas cidades do estado para escolher a agência a ser roubada. Na hora em que chegaram ao banco em Vargem Grande, foram surpreendidos por uma equipe da Cecor antes de arrombar o cofre.

Na hora do flagrante, os policiais apreenderam várias ferramentas utilizadas nos arrombamentos, um rádio comunicador da Polícia Civil do Rio de Janeiro e uma arma de fogo da marca Glock. Durante a operação Terebro, houve cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão de cinco carros, entre os quais uma BMW X1. Também foram cumpridas buscas em Joinville onde foram apreendidos três veículos e vestes utilizadas pelos autores nos arrombamentos no DF. Somente um suspeito de integrar o grupo não foi preso, pois não viajou para o Rio de Janeiro e não foi localizado em Joinville. Está foragido.

Os sete presos foram transferidos para Brasília em dois voos no último domingo (28/01). Parte chegou em avião da própria Polícia Civil do DF (foto) e os demais vieram em aeronave cedida pela Polícia Federal (PF).

A criação da Cecor, sob a responsabilidade do delegado Fernando Cesar Costa, possibilitou a participação de uma equipe de três delegados e vários agentes que viajaram ao Rio de Janeiro e Joinville, sem interferir na rotina dos trabalhos das delegacias. A investigação teve origem na DRF, mas, por se tratar de crime organizado, foi transferida para a nova coordenação, que começou a funcionar há 10 dias.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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Tags: bancos Cecor Draco DRF Fernando Cesar Costa Joinville Rio de Janeiro

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