Bartolomeu Rodrigues, Secretário de Cultura: ”a classe artística não ficará desamparada pelo FAC”

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Leia entrevista com Bartolomeu Rodrigues, Secretário de Cultura

Qual é a sua missão na Secretaria de Cultura? O que o governador Ibaneis Rocha pediu ao convidá-lo para essa batalha?
Antes de mais nada, sou bastante grato à confiança do governador. Minha preocupação inicial se resume a dois pontos: atender à expectativa do governo e, sobretudo, corresponder à expectativa da cidade e da comunidade cultural de Brasília que merece toda a atenção. Chego com muita humildade, com toda minha capacidade que quero desenvolver e congregar. A cultura, por natureza, envolve discussão e muito debate. Sou uma pessoa do diálogo. Estou preparado para conversar com toda a classe artística, sem discriminação.

Uma demanda da classe artística é por mais recursos para projetos do FAC. Vai ter dinheiro em 2020?
É de conhecimento de todos que houve problemas no FAC. É um assunto que inclusive é ponto central. Precisamos entender o que houve e procurar os gargalos desse problema. Vamos tentar desobstruir esses gargalos, mas com uma coisa em mente: a classe artística não ficará desamparada pelo FAC.

Uma das demandas dos moradores de Brasília é a reabertura do Teatro Nacional. É uma vergonha que esse espaço esteja fechado há mais de quatro anos. É uma herança ruim que precisa ser solucionada. Dá para fazer?
Isso não é um compromisso. É uma questão de honra. Não podemos chegar ao aniversário de 60 anos de Brasília sem o Teatro Nacional estar funcionando. Como vai funcionar, ainda não posso prometer. Mas posso dizer que é ponto de honra. O governador, durante a campanha, repetiu várias vezes. O Teatro Nacional, posso lhe garantir, vai ser reaberto. Nós ainda vamos fazer uma grande festa lá dentro.

A mudança de comando na Secretaria de Cultura vai atrapalhar a organização do aniversário de Brasília?
Não. Pelo contrário. Esse é um dos pontos que o governador falou comigo, para colocar um olhar. Ele disse: entra com vontade nessa questão porque não podemos decepcionar.

E o carnaval?
Também vamos priorizar. Sem deixar de apoiar as entidades carnavalescas, temos de priorizar o carnaval de rua. Eu vejo com muito carinho o carnaval de rua, envolvendo famílias. O papel do Estado é organizar. Mas não pode ser um Mecenas. É um estimulador, um incentivador da atividade. Os recursos não são inesgotáveis. Temos de incentivar a iniciativa privada a participar.

Um dos problemas na área de cultura são os shows, principalmente com execução de emendas parlamentares. Como evitar desvios e superfaturamentos de cachês de artistas?
Isso é fundamental. É outra coisa com a qual tenho uma preocupação muito grande. Há no DF e em outros estados. Mas esses shows vão participar de rigorosa fiscalização. Não vou permitir desvios. A minha secretaria não vai ser passagem desse tipo de coisa.

E o Museu da Bíblia, com um debate polêmico sobre o autor do projeto de construção. Como fica?
Brasília reúne o Brasil. Brasília é uma cidade de muitas línguas. É onde o Brasil se encontra. Temos de encarar de forma ecumênica.

Mas a polêmica tem relação com o projeto que não seria do Niemeyer. Há uma crítica do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU)…
Tenho visto pela imprensa. O governador tem sensibilidade. Eu vou olhar isso aí e aconselhar o governador. Vou dar meu ponto de vista. Mas ainda preciso avaliar.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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