O auditório da Câmara Legislativa recebeu cerca de 200 policiais civis — armados, apesar da proibição expressa no Regimento Interno da Casa — na manhã desta sexta-feira (19) para debater a regulamentação do auxílio moradia para a categoria. Entre os presentes, o mais cético quanto à medida era o secretário de Fazenda, João Antonio Fleury, que citou gastos de, no mínimo, R$ 120 milhões anuais com a implantação do benefício.
Nos últimos três anos, os gastos do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) — repasse bilionário anual feito pela União para segurança pública, saúde e educação do DF — ficaram mais concentrados na segurança. Em 2016, R$ 7.109.110.380 dos R$ 12.017.318.201 do FCDF serão para a segurança, cerca de 60%. No ano passado, foram 50,9% e, em 2014, 46,5%.
Debate-se a possibilidade de pagar o auxílio-moradia tanto com verbas do Fundo quanto do próprio GDF. O deputado distrital Wellington Luiz (PMDB) citou um possível repasse em emendas parlamentares à Polícia Civil. O problema, segundo Fleury, são as quantias milionárias. O secretário nem admite a possibilidade de o DF arcar com o valor. “Se o auxílio-moradia couber nos números do Fundo, será tocado. Representantes das forças (Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros) terão de sentar e resolver entre eles”, continuou.
Em pouco mais de três horas de debates, prometeu-se uma reunião entre representantes sindicais e o diretor geral da corporação, Eric Seba, para ver como vai funcionar o andamento. Segundo ele, os valores não estão definidos, “mas dizem ser de R$ 3,6 mil para policiais com dependentes e R$ 1,8 mil para os sem”.