Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos
Durante uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, presidida por Bia Kicis (PSL-DF), o deputado federal Gilson Marques (Novo-SC) demonstrou que conhece Brasília apenas superficialmente. Ao debater a admissibilidade da PEC 32/2020, a reforma administrativa, ele chamou Brasília de “antro de servidores públicos”. E ainda afirmou que o DF não produz nada para o país. “Brasília tem o dobro do PIB per capita do que São Paulo. Não produz nenhum prego e São Paulo produz muito. Porque é um antro, um acumulado de inúmeros servidores públicos”.
Contra o funcionalismo
Um dos autores do requerimento para a realização da audiência — que contou com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes — o deputado Gilson Marques (Novo-SC) defendeu a proposta de reforma do governo sob o fundamento de que o Estado não tem condições de custear o funcionalismo público nos moldes atuais. “O serviço público, assim como qualquer produto, precisa caber no bolso do consumidor. Infelizmente, o Estado tem o poder de impor que o serviço seja consumido pelo consumidor que paga a conta contra a sua vontade, e esses serviços no país são excessivamente caros”, disse em sua participação na audiência.
Covil?
Segundo o Dicionário Aurélio, antro significa “casa ou lugar de perdição e vícios”. De acordo com o Michaelis: Lugar perigoso; covil. Exagerou.
Conta errada
Detalhe: a renda domiciliar per capita do DF, registrada pelo IBGE em 2020, foi de R$ 2.475. A de São Paulo foi R$ 1.814, 25% menor. Não metade.
Em busca de unidade
O governador Ibaneis Rocha (MDB) reuniu um grupo de advogados amigos para bolar uma estratégia para as eleições da OAB-DF. Ele quer a união dos grupos adversários ao atual presidente, Delio Lins e Silva Júnior, para ter mais chance de vitória. Entre os advogados mais próximos do governador estão Thais Riedel, que é pré-candidata, Cleber Lopes, Evandro Pertence, oEverardo Gueiros e Jacques Veloso. Por enquanto, não há candidatura única.
Presidente do STJ diz que Ibaneis poderia ajudar Corrente
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, cassou a liminar que determinava o bloqueio de R$ 106 mil das contas do governador Ibaneis Rocha (MDB), pela doação de EPIs (equipamentos de proteção individual) para o município de Corrente, no Piauí. A 6ª Vara de Fazenda Pública do DF havia concedido liminar em ação popular que questionava o suposto prejuízo aos cofres públicos do Distrito Federal pela doação de máscaras, luvas e álcool em gel para atender às necessidades dos moradores do município no Piauí em que Ibaneis passou a infância. Na decisão, Martins entrou no mérito. Disse que o governador tem o poder de decidir ajudar um município com necessidades durante a pandemia, desde que não haja prejuízo aos moradores do DF. Será esse o mesmo entendimento para o caso da destinação por Ibaneis de emendas do Ministério da Integração Regional para Corrente?
Mais transparência nas filas de cirurgias eletivas
A Comissão de Seguridade da Câmara dos Deputados aprovou o PLS 393/2015, que acaba com o jeitinho e a politicagem nas filas da rede pública de saúde para cirurgias eletivas. Já aprovado no Senado, o projeto, de autoria do senador José Antônio Reguffe (Podemos-DF), prevê a obrigação de os estados e municípios publicarem a fila com a ordem das pessoas e há quanto tempo esperam por uma cirurgia a ser marcada pelos hospitais. Para preservar a privacidade dos pacientes, não serão divulgados os nomes, apenas a identidade. Trata-se de uma forma de acelerar as filas pela pressão, dar transparência ao processo e reduzir a chance de burlar a ordem graças a pedidos políticos.
De volta?
O ex-presidente da Câmara Legislativa Joe Valle (PDT), hoje apenas um empresário de sucesso na área de orgânicos, tem sido incentivado a voltar para a política em 2022.
Só papos
“Vagabundo!”
Senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia
“Vagabundo é o senhor, que roubou dinheiro do pessoal do seu gabinete”
Senador Renan Calheiros (MDB-AL) rebatendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)