O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), sancionou lei que cria a Praça Marielle Franco em uma área de lazer do distrito de Brasilândia, na zona norte da cidade. O espaço que homenageia a vereadora carioca fica na periferia da capital paulista.
Marielle e o motorista dela, Anderson Gomes, foram assassinados em março de 2018 no Rio de Janeiro. Apesar da prisão de duas pessoas, a investigação para identificar mandantes do crime segue em andamento.
Recentemente, a criação de uma Praça Marielle Franco causou polêmica no Distrito Federal. O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), vetou projeto de lei aprovado pela Câmara Legislativa para dar o nome da vereadora do PSol a um local no Setor Comercial Sul.
Ibaneis argumentou que Marielle não tinha relação direta com o Distrito Federal. “Não obstante tenha ciência dos relevantíssimos serviços prestados pela vereadora Marielle Franco às comunidades do Rio de Janeiro, não há relação entre o nome da vereadora e o Distrito Federal a justificar a denominação”, argumentou.
A proposta é de autoria do distrital Fábio Felix (PSol), do mesmo partido de Marielle. O deputado criticou a decisão do chefe do Executivo local. “Seu nome (de Marielle) está à altura de qualquer espaço de Brasília, como está à altura de centenas de lugares do mundo. O reconhecimento internacional de Marielle fala por si”, declarou.
Outras manifestações
Além de Felix, o deputado distrital Leandro Grass (Rede) reagiu ao veto da proposta. “Ibaneis não tem razões constitucionais para vetar a lei. É um ato meramente ideológico e um desrespeito ao Legislativo”, afirmou. Para o parlamentar, o argumento é incoerente e não se sustenta.
O ex-governador Cristovam Buarque (Cidadania) também criticou a decisão e se declarou indignado e envergonhado.
“Discordo do governador se acha que Marielle não merece. Mas é um direito dele. Diga que veta a lei dizendo isso. Ridículo é argumentar que só pode dar nome a quem fez por Brasília. Então Mandela, Gandhi, Einstein, Churchill, Brizola não podem receber nomes no DF?”, questionou.
O pastor e deputado federal Julio Cesar (Republicanos-DF), por outro lado, elogiou a decisão de Ibaneis. “Importante ressaltar que temos que homenagear pessoas que tem uma história de realizações por Brasília. Espero que a CLDF mantenha o veto do governador”, comentou.
Na terça-feira (28/1), manifestantes se reuniram, no Setor Comercial Sul, para protestar contra o veto.