Administradores regionais e funcionários participam nesta terça-feira (23/4) de um curso sobre gestão, ministrado por técnicos do Tribunal de Contas do DF (TCDF). O motivo: tentar evitar irregularidades e problemas no âmbito das 31 regiões administrativas da capital. Historicamente alvo de disputas políticas e indicações, as RAs figuram com frequência em investigações relacionadas, entre outras razões, a problemas com licitações.
O encontro desta terça foi um pedido da Secretaria de Cidades ao TCDF, para que os administradores recebessem orientação que ajudem a impedir irregularidades. “Com frequência, aparecem na imprensa questões de fracionamento de licitações, essas coisas. Em alguns casos, existe mesmo o dolo, mas, em outros, o que há é imperícia e imprudência do gestor que não tinha pleno conhecimento de como agir”, avalia o titular da pasta, Gustavo Aires.
O secretário destaca que os administradores têm de estar preparados para agir com responsabilidade mesmo diante de pressões exercidas pela população e até por parlamentares. “Pela pressão que pode existir, o administrador precisa estar ciente de que lá na frente é o CPF dele que estará envolvido em algum problema. Então, ele tem de fazer as suas ações dentro da legalidade. E é isso o governo espera deles.”
Aires ressaltou que a ação faz parte do processo de “empoderamento” dos administradores regionais, prometido, desde a campanha, pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB). “Esse empoderamento dos administradores não pode ficar só com as ferramentas de trabalho, mas também tem de estar relacionado com a capacitação deles como gestores”, afirma.
Ação pedagógica
Ex-administradora regional de Sobradinho, a presidente do Tribunal de Contas do DF, Anilcéia Machado, explica o caráter pedagógico da ação. “Nós vamos trabalhar com casos concretos. Pegar processos em que apontamos algumas irregularidades e dizer para eles: ‘Isso não pode ser feito assim, isso tem de ser feito assim’. A ideia é ensiná-los como fugir das ações que gerem penalidades em relação à gestão”, detalhou.
A presidente da Corte de Contas frisou a importância e a responsabilidade do administrador no dia a dia da população. “É lá na porta dos administradores que o usuário do sistema de governo bate. Ele não vem ao Palácio do Buriti fazer reclamação de uma calçada quebrada, de um cano estourado, de uma lâmpada queimada, de limpeza. Por isso, eles têm de fazer valer com responsabilidade a autoridade que têm para que possam dar respostas à população”, afirmou.
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