À QUEIMA-ROUPA
Leandro Grass Deputado distrital (Rede)
Ao votar a favor do projeto que permite a reeleição do presidente da Câmara, você contrariou o partido?
De forma alguma. A Rede não proíbe a reeleição para os cargos eletivos, conforme o art. 52 do Estatuto, onde está explícita a possibilidade de uma reeleição. Mas quanto às funções dentro das instituições, não há posição fechada. São questões distintas, estando a segunda sujeita a deliberações entre os parlamentares e o partido.
Na Legislatura passada, a Rede se manifestou contra a reeleição da Mesa e os deputados Chico Leite e Cláudio Abrantes, que eram do partido, votaram contra. O que mudou?
Na verdade, quem se manifestou foram os deputados, não foi o partido. Eu, enquanto filiado na época, não recordo de uma orientação partidária. Embora contrários à PELO (Proposta de Emenda à Lei Orgânica), não questionavam a recondução nas presidências das Comissões, que também indica continuidade. A meu ver, havia uma distorção no regimento. Por isso, achei necessária a adequação. Inclusive, houve casos de deputados contrários, na legislatura passada e na atual, que ocuparam cargos na Casa por duas ou mais vezes consecutivas. Interpretei dessa forma e, como sempre tenho feito, votei de forma livre e consciente.
Já tem posição sobre a reeleição de Rafael Prudente? Vota sim ou não?
Até onde sei, o Rafael não é candidato ainda. Ele poderá ser, assim como eu também posso ser.
Como avalia a gestão dele até agora?
A gestão é feita pela Mesa Diretora, não apenas pelo presidente. Desde o início, houve erros e acertos. Eu alertei para alguns equívocos, como as licitações da cerca em volta da Câmara Legislativa e dos carros oficiais. Com bom senso, voltaram atrás. Acredito que a Câmara precisa melhorar sua imagem perante a população. Isso pressupõe mais austeridade. Quanto ao Rafael, o considero um presidente que respeita e sabe ouvir os deputados. Inclusive os da oposição, como eu.