À queima-roupa: “Faremos as reparações históricas”, diz conselheira do CNJ sobre mulheres na Justiça

Compartilhe
Juíza Renata Gil. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Da coluna Eixo Capital, por Ana Dubeux

À queima-roupa, com a juíza Renata Gil, conselheira do CNJ

Quais as conclusões do encontro Mulheres na Justiça novos rumos da Resolução CNJ 255 realizado essa semana em Brasília?

As conclusões são que precisamos consolidar o que está nas normas aprovadas pelo CNJ, temos que aumentar o número de desembargadoras por meio das listas exclusivas de mulheres e que nas mistas sejam escolhidas mulheres. Há resistência nos tribunais porque a maioria ainda é de homens.

Quais os próximos passos?

A imposição do cumprimento da Resolução 525, do CNJ. Fiscalizaremos se os tribunais estão cumprindo. O corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbel, já se manisfestou que cuidará também do cumprimento. E fazer com que as mulheres tenham mais voz e voto nos tribunais. A democratização interna do Judiciário ainda não aconteceu e urge.

Por que alguns setores do Judiciário não levam em conta a norma?

Quem não levar em conta a norma será penalizado. Tanto o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Barroso, como o ministro Campbel já externaram que o cumprimento é obrigatório. Já há procedimento que está sob minha responsabilidade para apurar eventuais descumprimentos. É urgente e essencial trazer essa discussão para outros setores.

O Judiciário deveria servir de inspiração, não é?

O Judiciário já tem servido de inspiração para o setor privado. Nenhum Judiciário do mundo tem normas de paridade como as nossas e nenhuma empresa brasileira tem. Estamos à frente. Somos vanguardistas nessa agenda.

São 10 homens e uma única mulher no Supremo. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), conta-se nos dedos a participação feminina. Qual o motivo desse distanciamento da realidade?

O governo ainda não assumiu a agenda da paridade. O evento que fizemos no CNJ com centenas de juizas, desembargadoras e servidoras escancarou a necessidade da paridade. Ficamos muito impressionados como as mulheres na Justiça clamam por justiça internamente. E atuaremos. Faremos as reparações históricas.

Mariana Niederauer

Posts recentes

  • Eixo Capital

Processo de demissão de Anderson Torres da Polícia Federal avança rapidamente

Coluna Eixo Capital, publicada em 18 de setembro de 2024, por Pablo Giovanni (interino) Mesmo…

15 horas atrás
  • Eixo Capital
  • Entrevistas

Reuber Brandão: “Há, sim, intencionalidade. Muitas vezes, criminosa”

Coluna Eixo Capital, publicada em 17 de setembro de 2024, por Ana Dubeux ENTREVISTA: //…

2 dias atrás
  • CB.Poder

Homenagem ao Cerrado hoje no Eixão

Da coluna Eixo Capital, por Ana Dubeux Hoje é dia de celebrar o Domingo do…

3 dias atrás
  • Eixo Capital
  • Notícias

“O sistema público de saúde está em colapso”, diz presidente do Sindicato dos Médicos do DF

À Queima Roupa com Gutemberg Fialho, presidente do Sindicato dos Médicos do DF Por Ana…

6 dias atrás
  • Eixo Capital
  • Notícias

Ibaneis aposta em novos hospitais para o DF

Por Ana Maria Campos — Em meio às obras espalhadas por todo o Distrito Federal,…

6 dias atrás
  • Eixo Capital
  • Notícias

Denúncias contra Silvio Almeida devem cair nas mãos de promotores do DF

Por Ana Maria Campos — Se ficarem comprovadas as denúncias envolvendo o ex-ministro dos Direitos…

7 dias atrás