POR PABLO GIOVANNI — Confira entrevista do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) — autodeclarado pré-candidato à Presidência em 2026 — para a coluna Eixo Capital deste domingo (30/6).
Recentemente, tivemos uma audiência no Congresso que tratou do VLT que ligará as cidades de Brasília e Luziânia. Como o governo de Goiás avalia a possibilidade do transporte, tendo em vista as 224 mil pessoas que moram no Entorno e se locomovem para o DF diariamente?
Essa ideia do VLT surgiu de alguns congressistas, mas o que eu defendo, com base em pareceres técnicos, é o modelo de BRT, que seria um tipo de corredor exclusivo com capacidade equivalente a um sistema de metrô. Eu trabalhei muito para que essa obra do BRT entre Luziânia e Santa Maria fosse selecionada pelo governo federal, dentro do Novo PAC, e estou acompanhando todas as etapas do processo. Inclusive, a Goinfra já está trabalhando no projeto, que deve ser licitado até o fim do ano. Vamos beneficiar mais de meio milhão de pessoas com um transporte mais rápido, digno e não poluente.
Em dezembro de 2022, o GDF entregou para a ANTT a gestão do transporte semiurbano de passageiros. Qual é a solução que o governo do Goiás entende para o transporte do Entorno? É necessário que a União colabore com a gestão? É preciso ser compartilhado entre os estados e o governo federal?
Esse é o único caminho para acabar com os problemas do transporte coletivo na região, tendo como consequência uma política tarifária justa. A ideia é que Goiás, Distrito Federal e União formem um consórcio e subsidiem a tarifa, como já é feito em Goiânia, onde não há reajuste no preço da passagem desde 2019. Criamos um grupo de trabalho com participação do GDF, mas dependemos de um esforço maior do governo federal, pois hoje o transporte no Entorno é responsabilidade exclusiva da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Recentemente, você revelou que é pré-candidato à Presidência em 2026. Você acredita que há espaço para crescimento dentro de um campo da direita tão disputado?
Sim, apresentei meu nome e recebi o aval do partido. Claro que ninguém é candidato de si mesmo. Faz-se uma convenção, um trabalho de aliança, visita aos estados, às lideranças. Tenho feito esse diálogo constantemente, em vários estados, para discutir projetos de desenvolvimento para o país. Mas observo um descontentamento crescente com os rumos do Brasil, principalmente em termos de política fiscal, além de uma desordem institucional muito grande. Outro problema grave é a segurança, já que o crime organizado tem literalmente tomado parte do nosso território e está se infiltrando nos Poderes. As facções hoje representam uma real ameaça à nossa democracia. A meu favor, tenho a experiência de 24 anos de atuação no Congresso e a aprovação de mais de 80% dos goianos, além de ter conseguido uma redução recorde da criminalidade, combatendo o crime organizado de forma intransigente.
Você e o governador Ibaneis Rocha (MDB), ao longo dos anos, tiveram vários conflitos. Hoje, o clima é de paz?
Sim, claro. A relação com o Ibaneis é boa, republicana. Trabalhamos juntos no Consórcio Brasil Central para, de forma conjunta, encontrar soluções e trazer desenvolvimento para os estados da região Centro-Oeste, além do Tocantins, Maranhão e Rondônia. Esse bom relacionamento é essencial, especialmente para buscar soluções para os municípios do Entorno do Distrito Federal.