“Sofro por causa do meu espírito de colecionador-arqueólogo. Quero pôr o bonito numa caixa com chave para abrir de vez em quando e olhar.” Adélia Prado
Coluna Capital S/A de 15 de dezembro
Por SAMANTA SALLUM
Com a chegada do final do ano, o setor produtivo faz balanços de desempenho de 2025 e projeções para 2026. Enquanto setores do comércio e serviços estão otimistas, o da indústria demonstra muita preocupação. Os primeiros projetam expansão e apontam crescimento da economia. Já a indústria reclama de desaceleração da economia, com o “freio” da alta taxa de juros.
O impacto da conjuntura nacional está sendo diferenciado. O comércio varejista restrito deve fechar o ano com crescimento de 1,81% e avançar 3,66% em 2026, “indicando uma trajetória de expansão mais consistente para o setor”, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. “As estimativas refletem um ambiente de consumo ainda moderado, mas com sinais claros de fortalecimento, à medida que a inflação segue controlada e a atividade econômica avança de forma gradual”, reforça a CNC.
Agro estável
A indústria tende no próximo ano, a perder ritmo em relação a 2025, crescendo 1,1%, enquanto a agropecuária deve se manter estável. A Confederação Nacional da Indústria aponta: “os juros altos e o enfraquecimento do mercado de trabalho como os principais fatores da desaceleração da economia.”
PIB: menor crescimento em 6 anos
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 1,8% em 2026, segundo projeção da CNI. “Este será o menor crescimento do PIB em seis anos. Não há como fugir da realidade: com juros nesse patamar, a economia vai desacelerar ainda mais, prejudicando todos os setores produtivos, em especial a indústria. O impacto recai sobre a população, pois isso se reflete em menos emprego e renda. É necessário que o Banco Central inicie o ciclo de cortes na taxa Selic o quanto
antes”, destacou a CNI.
Construção civil fora crise
A construção deve ter um bom desempenho em 2026, apesar de ser impactada pelos efeitos dos juros. O novo modelo de crédito imobiliário, o aumento do valor máximo dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e a disponibilização de financiamentos para a reforma de moradias de famílias de baixa renda vão contribuir para que o PIB do setor cresça 2,5%, estima a CNI.
Em inauguração de sede própria, Apex anuncia 500 novos mercados internacionais
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) realizou hoje a cerimônia de inauguração de sede própria, em Brasílian na 903 Sul. Teve a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. No evento, foi celebrado a abertura de 500 novos mercados internacionais no período entre 2023 e 2025, sob a liderança do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), e com a participação da ApexBrasil, do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
US$ 37,5 bilhões: potencial de exportação por ano em 80 países
Expansão de produtos brasileiros
Segundo estimativas do MAPA. Cada país pode habilitar diversos tipos de produtos. Entre os itens incluídos nessa expansão, destacam-se carnes, algodão, frutas, pescados entre outros.
Mudança para 903 Sul
Desde sua criação oficial em 2003, a ApexBrasil funcionava em imóveis alugados. Estava no centro empresarial CNC, no setor de Autarquias Norte. O aluguel era de cerca de R$ 1 milhão. Na nova sede, foram investidos R$ 200 milhões.
“É mais que uma mudança física. Ela representa uma conquista de anos. Vai trazer uma economia estrutural, modernização institucional e a conexão da Apex com a população”, destacou Jorge Viana.
O prédio foi pensado para criar um espaço integrado à cidade, aberto a atividades culturais, educativas e à divulgação dos produtos brasileiros para o mundo.
O edifício na 903 Sul , de arquitetura contemporânea e paisagismo de Burle Marx, foi construído seguindo padrões de sustentabilidade e está próximo ao
Parque da Cidade Sarah Kubitschek.
Prêmios de arquitetura
O projeto já recebeu duas premiações: o Iconic Awards 2025 – Innovative Architecture, na categoria “Arquitetura Visionária e Inacabada”, dedicada a conceitos e propostas que apontam caminhos inovadores para o futuro do design arquitetônico; e o German Design Award 2025, na categoria “Arquitetura Excelente – Arquitetura Conceitual”.
Ibaneis veta lei do devedor contumaz
Os deputados distritais aprovaram recentemente Projeto de Lei de autoria da deputada Paula Belmonte (Cidadania) que estabelece mecanismos mais rigorosos para combater os “devedores contumazes” no Distrito Federal. Mas o projeto foi vetado pelo governador Ibaneis Rocha. Paula Belmonte afirmou que vai articular apoio na Câmara Legislativa para derrubar o veto. Pauta para o ano que vem, já que os trabalhos na casa se encerraram.
O objetivo do projeto é garantir a concorrência leal entre os agentes econômicos e coibir práticas ilícitas que possam prejudicar o mercado. “É preciso mais rigor com o sonegador que se aproveita da situação para atuar de forma predatória em relação a outras empresas, que estão em dia com suas obrigações. Esse dinheiro sonegado deixa de ser investimento na saúde, educação e mobilidade do DF”.
Enquanto isso, no DF está o impasse, o Congresso Nacional aprovou lei federal com o mesmo foco.
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