O presidente Lula já solicitou a Trump que suspenda a tarifa adicional de 40% enquanto durarem as negociações. Nos últimos dois meses, foi retirada a tarifa sobre a celulose e o ferroníquel. Mas empresários afirmam que é preciso avançar
Por SAMANTA SALLUM
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, se reuniu com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para discutir estratégias e próximos passos da negociação comercial com os Estados Unidos. Alban apresentou propostas construídas com o apoio de empresas de diversos setores para subsidiar o governo brasileiro nas tratativas em Washington.
Entre elas, estão a suspensão temporária das tarifas adicionais impostas aos produtos brasileiros, a criação de um mecanismo institucional de diálogo comercial de alto nível, a eliminação da bitributação, além do estímulo a alianças tecnológicas e investimentos bilaterais em áreas estratégicas como energia, minerais, saúde, infraestrutura digital e inovação.
Pedido de Lula a Trump
O presidente Lula já solicitou ao presidente Trump que suspenda a tarifa adicional de 40% enquanto durarem as negociações. “Estamos otimistas com os próximos passos”, afirmou Geraldo Alckmin.
Celulose e ferroníquel
Nos últimos dois meses, foi retirada a tarifa sobre a celulose e o ferroníquel, que agora têm alíquota zero. Isso representa 4% das exportações brasileiras aos EUA. “Também houve redução de tarifas sobre madeira e alguns tipos de móveis, o que nos devolve competitividade. O importante, agora, é avançar rápido, com diálogo e negociação, como tem orientado o presidente Lula”, reforçou Alckmin.
Mais diplomacia
A aproximação de Lula com Trump, fazendo um gesto amigável, foi bastante sugerida por Alckmin. Ele argumentou com o presidente que era necessário uma trégua com os EUA em discursos para que as negociações avançassem. E que sozinho não seria possível resolver todo o cenário.
Avanço concreto e cera de carnaúba
Segundo o presidente da CNI, a remoção temporária das alíquotas seria um avanço concreto para os exportadores. “É um gesto de maturidade comercial — algo que os próprios Estados Unidos já fizeram com outros parceiros. É essencial para setores que não conseguem compensar facilmente a perda de competitividade externa, como máquinas, equipamentos, madeiras e produtos naturais, como a cera de carnaúba”, afirmou Alban.
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