Delegado Rodrigo Larizzatti da DCA relata detalhes das circunstâncias do latrocínio que tirou a vida do Isaac Vilhena, de 16 anos. E conta também o comportamento dos menores na delegacia após serem apreendidos (veja o vídeo abaixo)
Por SAMANTA SALLUM
Durante a autuação na Delegacia da Criança e do Adolescente, os menores envolvidos no crime demonstraram não ter qualquer remorso ou arrependimento. “Chegaram a caçoar da legislação, fazendo piadas e rindo, o que evidenciou total desprezo e falta de humanidade. Apenas um dos sete perguntou se a vítima havia falecido, demonstrando algum tipo de sentimento. Os demais, não. Nenhum deles apresentou arrependimento ou culpa”, contou o Delegado Rodrigo Larizzatti , que estava de plantão na noite de sexta-feira e conduziu o trabalho de colher os depoimentos.
O delegado foi procurado pelo Correio e em resposta encaminhou um vídeo gravado hoje (veja a íntegra abaixo), em que relata detalhes das circunstâncias do latrocínio que tirou a vida do Isaac Vilhena. E sobre o comportamento dos menores na delegacia após serem apreendidos.
“Foi uma noite muito triste. Desejamos nossos sinceros sentimentos e que Deus conforte a família da vítima. Trata-se de mais um caso de roubo que acabou se transformando em latrocínio”, disse o delegado.
Três adolescentes diretamente envolvidos na morte do estudante Isaac Vilhena foram colocados à disposição do Juizado da Vara da Infância e Juventude.
Após quase sete anos de trabalho na Delegacia da Criança e do Adolescente, lidando diretamente com casos envolvendo menores infratores, o delegado contou que o episódio deixou a equipe “profundamente consternada pela total ausência de sentimento e de remorso dos autores.”
Larizzatti mandou uma mensagem para família da vítima : “Desejamos, sinceramente, que a família seja confortada e que os menores respondam conforme a lei prevê.”
Apesar da gravidade do ato, a legislação estabelece limites em razão da menoridade penal. Os três envolvidos poderão receber medidas socioeducativas. Por serem inimputáveis, menores de 18 anos, a medida mais severa prevista é a internação por, no máximo, três anos — ou até completarem 21 anos de idade, o que ocorrer primeiro.
“Por mais grave que seja o comportamento de um menor infrator, o máximo que a legislação permite como resposta é a aplicação de medida socioeducativa de internação por até três anos”, explicou o delegado.
Orientação para não reagir
Larizzatti reforçou a orientação de que vítimas de crimes não devem reagir. “Infelizmente, essa é a realidade, sobretudo quando se percebe que o criminoso está armado, como ocorreu neste caso.
“Isaac viu que um dos infratores portava uma faca, mas reagiu, o que acabou resultando em sua morte. Reforçamos, no entanto, que a responsabilidade é sempre do criminoso — daquele que escolhe violar a lei e os interesses da sociedade”, esclareceu o delegado.
O delegado parabenizou os aos policiais da 1o DP e da PMDF que conseguiram identificar e apreender todos os envolvidos rapidamente.
Assista à íntegra do vídeo.

