Deputado do PL ultrapassou o número de seguidores do presidente Lula no Instagram com alarme sobre taxação
Por Samanta Sallum
No confronto das redes sociais, o Banco Central também partiu para cima na tentativa de combater as fake news sobre o Pix. Investiu no humor, na ironia e com trilha do hit do momento “Descer para BC” . No post nas redes sociais, disparou: “Não acreditem em qualquer lorota que dizem por aí . Isso é golpito, puro suco de golpe.”
Criticou os bolsonaristas com memes e relembrando os de 2022, em que eram ridicularizados, pedindo intervenção de alienígenas. A linguagem destoou do tom tradicionalmente de sóbrio e técnico do Banco Central. A reação, que gerou também polêmica pelo tom político do BC, veio tarde. O governo federal sofreu um nocaute nas redes sociais pelas fake news.
Vale lembrar que Gabriel Galípolo, ex-assessor de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, assumiu a presidência do Banco Central em janeiro.
O ministro Haddad e o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmaram que, em momento algum, pensou-se em taxar as transações do Pix. Mas já não havia tempo de conter o alastramento das fake news. O jeito foi cortar o mal pela raiz e derrubar a instrução normativa que aumentava a fiscalização sobre transferências acima de R$ 5 mil do Pix de pessoas físicas.
Na guerra da comunicação digital, o ministro perdeu. O vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL/MG) , com mais de 150 milhões de visualizações, alarmou a população para as pretensões do governo federal de taxar o Pix, a ferramenta digital de operação financeira mais usada pelos brasileiros.
O deputado do PL ultrapassou o número de seguidores do presidente Lula no Instagram, alcançando 13,4 milhões .
Desviar o foco
Analistas avaliam que a estratégia do governo com a medida do Pix era desviar o foco do problema dos gastos públicos acenando para mais eficiência em arrecadação. Mas acabou sendo tiro no pé.