Ações da empresa valorizaram 30% em 2023. Presidente da companhia alertou para necessidade de revisão de norma regulatória do setor
Por Samanta Sallum
A iluminação pública é o maior consumidor de energia no Distrito Federal, com gastos anuais de R$ 210 milhões. E os desafios para garantir uma melhor eficiência no serviço foram abordados pelo presidente da Companhia Energética de Brasília (CEB), Edison Garcia, no seminário Lide Infraestrutura, na Casa Lide, em São Paulo. Empresários, representantes do setor elétrico, de infraestrutura, prefeituras e concessionárias relataram as suas experiências na gestão do serviço de iluminação das vias e logradouros públicos. O evento do Lide, Grupo de Lideranças Empresariais, teve como anfitrião o seu fundador, o ex-governador de São Paulo João Doria.
Com 80% do capital social pertencente ao Governo do Distrito Federal e ações listadas na B3, a Companhia Energética de Brasília (CEB) tem alcançado bons resultados nos últimos anos. Desde 2019, o valor da ação da empresa passou de R$ 23 para R$ 219 após a privatização da distribuidora. Atualmente, conta com 9.800 acionistas, um salto expressivo em relação aos 200 de quatro anos atrás. Em 2023, as ações da companhia valorizaram 30%.
Edison Garcia destacou a importância de uma gestão eficiente e sustentável para assegurar o crescimento contínuo da empresa. Também reforçou o compromisso com a inovação para oferecer serviços de qualidade. E fez um alerta sobre a necessidade de se discutir com cuidado as alterações no normativo regulatório do setor.
Luz branca x Luz amarela
“Nós realizamos uma grande licitação para a aquisição de luminárias de 4000 Kelvin, que é uma luz mais branca e natural”, explicou Garcia. No entanto, a norma ABNT-51 propõe a adoção de lâmpadas de 2700 Kelvin, que produzem uma luz amarelada, sob o argumento de que a luz branca pode prejudicar a saúde e causar ofuscamento.
“Peço à ABNT, ao Inmetro e à indústria que analisem isso com atenção. O Procel já sinalizou aos gestores que a luz amarelada é 30% menos eficiente e consome 30% mais energia. Isso resultará em um escurecimento da cidade, contrariando a expectativa de aumento da luminosidade. A nova norma vai contra a transição energética que buscamos”, disse o presidente da CEB.