Liderança entre evangélicos e fazendo parte do primeiro escalão do GDF, ele afirma que Estado não pode apartar casais homoafetivos por questão ideológica. E aponta sua chapa ideal para eleições locais
Por Samanta Sallum
O secretário da Família e da Juventude do DF, Rodrigo Delmasso (Republicanos), perguntado pelo Correio sobre seu futuro político, respondeu que há duas possibilidades de ele sair do partido: se a legenda não estiver com Celina Leão, do PP, nas próximas eleições para o Palácio de Buriti; e se sentir que não terá espaço no partido para a Câmara Federal. “Tenho uma aliança com Celina e também com Ibaneis”, frisou.
Delmasso, no entanto, acredita que o Republicanos no DF, hoje base do governo Ibaneis Rocha (MDB), estará aliado com Celina Leão. A ameaça a essa composição seria a candidatura ao GDF da senadora Damares Alves ou de Michele Bolsonaro (PL). Mas ele não aposta nessa intenção da colega de partido. “Damares já sinalizou que não quer disputar o GDF”, aponta o secretário. Nos bastidores, a senadora pretende uma vaga de vice na chapa nacional.
“Minha chapa ideal para o GDF, em 2026, é Celina governadora; Ibaneis e Michele para o Senado e alguém do Republicanos para a vaga de vice-governador”, afirmou Delmasso. Ele lembra que há três deputados federais do Republicanos pelo DF que poderiam ocupar essa vaga : Júlio César, Fred Linhares e Gilvan Máximo.
Apesar de ter sido o 10o candidato mais votado nas últimas eleições para deputado distrital, não conseguiu a vaga devido ao quociente eleitoral insuficiente. Conquistou 23 mil votos, mas ficou de fora da Câmara Legislativa, onde exerceu mandato e foi vice-presidente. Delmasso frisou que está bem no Republicanos e que não quer sair do partido. “Só sairia naquelas hipóteses que apontei”.
Ele disse que não tem objetivo de retornar à Câmara Legislativa em 2026. Sua meta seria uma mandato de deputado federal. “Mas dependendo do contexto, na época, posso até nem sair a disputa alguma”, comentou.
Segundo ele, o local correto para o debate das bandeiras conservadoras que defende é a Câmara do Deputados.
“Como secretário de Estado não devo trazer para o Poder Executivo o debate ideológico nas pautas de família. O local para eu me posicionar, e onde quero fazer isso, é a Câmara Federal”, reforçou. Ele fez questão de explicar que no âmbito do Estado não pode haver discriminação a grupos sociais, como os casais homoafetivos, por causas ideológicas. “No nosso Plano Distrital da Família atenderemos todos os tipos de família”, garantiu.
No cenário nacional, disse que o Republicanos, apesar de ter um ministro (Silvio Costa, dos Portos e Aeroportos ), não é base do governo Lula (PT). “Mas não somos extremistas, não vamos fazer oposição só por oposição. Somos um partido de centro-direita e buscamos diálogo”, aponta.