“As exceções colocadas na Reforma Tributária são um equívoco. Devem ser reavaliadas”, diz presidente da CNI

Compartilhe

Ricardo Alban fez alerta para tratamento especial a setores no texto aprovado pelo Senado. Na primeira entrevista depois de tomar posse na entidade, ele também criticou a lentidão do Banco Central em baixar a taxa de juros

Por Samanta Sallum

Cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que, se fosse adotada alíquota uniforme de imposto para todos os bens e serviços, sem exceções ou regimes especiais, a padrão seria de 21,7%. “Mas subiu para 27,5%, pois os resultados indicam que, quanto maior o número de exceções ao regramento geral, maior é a alíquota padrão dos tributos”, apontou o presidente da entidade, Ricardo Alban.

Ele se referiu ao texto da Reforma Tributária aprovado pelo Senado, no início de novembro, que ampliou para 42 o número de produtos e serviços que podem ter redução de tributos ou outros tratamentos diferenciados. Agora, os deputados vão analisar as mudanças feitas.

Segundo Alban, é importante avaliar mais profundamente se realmente agrega no resultado da economia nacional conceder tais benefícios. “Pois essas exceções têm um custo e isso vai recair sobre a sociedade, que terá de pagar mais devido à elevação da alíquota padrão”, reforçou.

O presidente da confederação  comentou que a Câmara dos Deputados poderia reavaliar alguns casos, mas não citou quais seriam os setores específicos. Também demonstrou preocupação com a regulamentação da lei da Reforma Tributária. “Como se diz, o perigo mora nos detalhes”, apontou.

As declarações foram dadas durante a primeira entrevista dele a jornalistas desde que tomou posse na CNI em outubro

Alban criticou a política monetária do Banco Central, apontando ser um entrave para os investimentos no setor. “É preciso – e possível – mais agressividade para que ocorra uma redução mais significativa do custo financeiro suportado por empresas e consumidores”, frisou.

Ele afirmou que o cenário de controle da inflação justifica a redução da Selic em ritmo mais acelerado “É isso que a CNI espera que seja feito nas próximas reuniões do Copom.”

samantasallum

Posts recentes

  • Coluna Capital S/A

“Corte de serviço por facções criminosas é terrorismo”, denuncia Telecoms

Depois de ataques contra provedores em diversas regiões do país, entidades do setor se unem…

14 horas atrás
  • Coluna Capital S/A

Pejotização e programas sociais que reforçam desemprego: a bomba armada no INSS

Número de contribuintes da Previdência Social é cada vez menor. Deficit do setor chega a…

1 dia atrás
  • Coluna Capital S/A

Seguradoras defendem indenização social por catástrofe climática

Por Samanta Sallum  A regulamentação da Reforma Tributária, a efetivação do Marco Legal dos Seguros…

5 dias atrás
  • Coluna Capital S/A

Maior tela de cinema a céu aberto em Brasília

Por Samanta Sallum  Nove anos após a última edição em Brasília, o cinema Open Air…

5 dias atrás
  • Coluna Capital S/A

Gastos do governo divulgados em tempo real à população

A instalação do painel, em via pública, partiu do empresariado para que o cidadão acompanhe…

5 dias atrás
  • Coluna Capital S/A

Justiça manda INSS ressarcir associados da Abrasel DF

Por Samanta Sallum  A Associação de Bares e Restaurantes do DF obteve grande vitória em…

5 dias atrás