Coluna Capital S/A, por Ana Dubeux (interina)
O combate ao preconceito contra indígenas e quilombolas por meio da arte é a bandeira da marca Tamã, especializada em produtos autênticos de povos originários. Nascida em 2018 por meio de parceria com povos indígenas, artistas e pessoas comprometidas com as causas socioambientais, a grife gera recursos para ações imediatas de várias etnias. À frente do empreendimento, o biólogo e indigenista brasiliense Cléber Oliveira, 41 anos, anuncia nova parceria com artistas Ianomâmi, que assinarão as peças da nova coleção de camisetas, a ser lançada nos próximos meses. O faturamento da loja em 2022 foi da ordem de R$ 350 mil e a meta é dobrar a cifra neste ano, consolidando a loja física a ser montada no Plano Piloto.
Com as bênçãos do cacique Raoni
Uma das primeiras ações da Tamã foi o lançamento de peças de um artista caiapó, em ação conjunta com Instituto Raoni. O evento contou com a presença do cacique Raoni, conhecido internacionalmente por sua luta pela preservação da Amazônia. A grife está finalizando o processo de novas produções também com artistas da etnia. Anuncia, ainda, investimento na retomada de lojas móveis pelo DF — os emblemáticos quiosques —, embora o carro-chefe das vendas continue sendo no modelo virtual. E está de olho nos mercados norte-americano e europeu, onde ações de defesa do meio ambiente, sobretudo da Amazônia, são verozmente apoiadas e consumidas.
Marca arregimenta poderosos aliados
A Tamã firmou parceria com a Embaixada do Canadá para a criação de uma sala pedagógica e uma biblioteca, que garantirão ações educativas para formação de professores, além de atendimento a crianças indígenas e não indígenas para fortalecer a prática da educação ambiental, como ferramenta da diversidade social do país. “Para combater o preconceito contra indígena e quilombolas, a sociedade precisa ser melhor informada”, ensina Oliveira, destacando que os móveis que comporão as instalações foram idealizados e desenhados por sua equipe.
Leia na minha camisa
A marca colaborativa comercializa trabalhos de seis associações e conta com a parceria de quatro artistas indígenas. A iniciativa busca a ampliação de comunidades quilombolas de todo o país no processo — a primeira parceria foi firmada com as mulheres Tocoiós, de Francisco Badaró (MG), quilombo certificado como remanescente pela Fundação Cultural Palmares. “Esses povos entram com seu patrimônio imaterial, que é o seu nome e sua arte gráfica, e criamos coleções conjuntamente”, explica Oliveira. Segundo ele, o lucro é dividido em partes iguais, quando não é totalmente destinado a uma causa.
Infância no cerrado inspirou paixão pela natureza
Filho de professora rural, Cléber Oliveira aprendeu desde pequeno, na Ponte Alta, no Gama, a interagir com a natureza e os animais do cerrado, assimilando, desde cedo, a importância da preservação e conservação do meio ambiente. Inclinado a cursar veterinária, acabou optando por biologia, “para não dar ainda mais despesa para a família”. Em 2006, ao concluir pós-graduação na área, foi convidado por uma equipe da Funai a incursionar nas aldeias Araweté e Parakana, em Altamira (PA), no auge do conflito da instalação da hidrelétrica de Belo Monte. Aceitou o convite, deixando para trás a família, os amigos e um bom emprego na Caixa Econômica, embarcando em uma aventura que iria alterar os rumos da sua vida.
Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF prevê a regularização de áreas e a definição…
Câmara Legislativa propõe audiência pública para debater o tema em fevereiro. Iphan já foi consultado …
Deputado do PL ultrapassou o número de seguidores do presidente Lula no Instagram com alarme…
Expectativas quanto ao futuro da economia no país soam ruins, segundo pesquisa da CNI Por…
Governo sofre nocautepelas redes sociais por fake news Por Samanta Sallum Depois de mais um…
Por Samanta Sallum O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) embarcou ontem de manhã do aeroporto…