Por Samanta Sallum
A deputada federal Paula Belmonte (Cidadania/DF) revelou que se submeteu à condição de não fazer denúncias à Justiça para conseguir entrar na nominata da federação composta pelo seu partido com o PSDB. Segundo ela, houve fraude no processo que levou o senador Izalci Lucas (PSDB) a assumir o controle do grupo e ser oficializado candidato ao GDF. Mas, para não ficar de fora desta eleição, assinou documento garantindo que não judicializaria o caso.
“Tive de assinar um acordo em que consta que eu não denunciaria a fraude, não levaria para a Justiça, que houve um processo de manipulação na entrega da ata , que até hoje questionamos. Houve uma tratoragem”, afirmou.
Paula se refere à ata da reunião realizada pelo Colegiado Nacional da Federação PSDB Cidadania, em 26 de julho. Ela também tinha pretensões de sair candidata ao Palácio do Buriti ou a senadora numa chapa encabeçada por Reguffe (União Brasil), que não vingou.
A parlamentar acabou escanteada e tentou até no TSE anular a decisão da federação. Mas teve o pedido de liminar negado.
Pelo acordo que assinou, Paula desiste de todas as ações judiciais e demais questionamentos das candidaturas majoritárias e proporcionais (deputados distritais e federais) da Federação PSDB-Cidadania. Assim, ganhou o direito de disputar vaga na Câmara Legislativa do DF no lugar de Daiane Bispo dos Santos.
Fora da TV
Apesar do “acordo”, o clima continua tenso e hostil entre Paula e Izalci, que tem os poderes para formar as coligações partidárias para definir as nominatas para a Câmara dos Deputados e a Câmara Legislativa, ouvindo o Cidadania.
“Tem um senador que meu marido, inclusive, é o primeiro suplente dele, que, para me prejudicar ainda mais, não me deixa aparecer na TV” , reclamou se referindo ao espaço do programa eleitoral.
Felipe Belmonte está atualmente como candidato a vice na chapa de Paulo Octávio (PSD).
A parlamentar relatou a história durante sabatina de candidatas mulheres a federal e a distrital no DF. O evento foi organizado pela regional do Grupo Mulheres do Brasil, no auditório do escritório Caputo Bastos e Fruet, no Lago Sul.
Paula contou o episódio para explicar por que a rota da campanha foi mudada e acabou perdendo a chance de ser reeleger federal. Segunda ela, foi boicote de Izalci. “Mas estou feliz agora por estar nesta campanha para distrital. Sei que poderei contribuir muito na Câmara Legislativa”, finalizou.
Apelo à direção nacional
Segundo a coordenação de campanha de Izalci, o acordo firmado em documento realmente existiu. Mas a história seria um pouco diferente. Foi Paula Belmonte que propôs o acordo como uma “forma desesperada” de ainda ter algum apoio do grupo político da federação.
A providência de fazer um apelo à direção nacional da federação PSDB-Cidadania, e propor o acordo, ocorreu depois que ela teve negado pelo TRE o registro de candidata. Isso porque havia parecer contrário de Izalci, como coordenador da federação.
A parlamentar não teria cumprido o acordo, que também incluía a retirada de denúncias já feitas. Uma delas pelo vazamento de seu atestado médico que ela acusa ter partido de Izalci.
Confira a íntegra da nota de esclarecimento do senador Izalci Lucas:
1. Mais uma vez a deputada federal Paula Belmonte, do Cidadania, falta com a verdade relatando de maneira capciosa os episódios em relação à sua candidatura à Câmara Legislativa do Distrito Federal com o claro objetivo de se “vitimizar” e atingir a candidatura da Federação PSDB-Cidadania do senador Izalci ao GDF, e que deveria apoiar estatutariamente.
2. Depois de desrespeitar todas as decisões da direção nacional da Federação, de recorrer ao STF e ao TSE e ao TRE-DF e ser derrotada em todas essas cortes, de cometer fraude ao se colocar como representantes da Federação local junto ao tribunal eleitoral do DF, a parlamentar em questão procurou – por sua livre e espontânea vontade – a diretiva nacional do PSDB propondo um acordo com o senador Izalci.
3. Neste acordo ela propôs que retiraria todas as ações judiciais em todas as instâncias contra o senador tucano, o que não fez, em troca de sua candidatura à CLDF. Chegou, inclusive, a suspender por apenas dois dias uma ação no TSE. Ou seja, ela não cumpre o que acorda.
4. Agora, talvez por desespero e vendo sua derrota iminente, tenta novamente ganhar espaço na mídia se colocando como “vítima” num gesto que não engana mais ninguém, muito menos as mulheres esclarecidas que sabem de suas ardilosas interpretações da realidade dos fatos.
Assessoria de Imprensa do candidato Izalci ao GDF