Por Samanta Sallum
A deflação não impulsionou o movimento no comércio. O volume de vendas do varejo brasileiro recuou 0,8% em julho, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (14/9) pelo IBGE. Diante da queda nas vendas em julho, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reduziu de +1,7% para +1,3% a previsão para o crescimento das vendas neste ano*.
A CNC prevê que no quarto trimestre de 2022 as vendas do setor tendem a ser afetadas negativamente pelos efeitos retardados do aperto monetário.
Em desaceleração desde o início do ano, o volume de vendas recuou pelo terceiro mês seguido, vindo abaixo da expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que projetava alta de 0,3% na passagem mensal.
Mais uma vez, as quedas se deram de forma disseminada, já que nove dos dez segmentos avaliados registraram taxas negativas – apenas o segmento de combustíveis e lubrificantes, cujo volume de vendas cresceu, estimulado pelo corte nas alíquotas do ICMS, avançou no período (+12,2%).
Os destaques negativos foram as retrações no ramo de tecidos, vestuário e calçados (-17,1%) e na venda de móveis e eletrodomésticos (-3,0%). A sequência de resultados negativos voltou a aproximar o nível de atividade do setor ao patamar pré-pandemia.
Embora, do ponto de vista dos preços, julho tenha se caracterizado pela maior deflação para aquele mês desde o início da série histórica do IPCA, claramente o recuo nos preços não se traduziu em aumento generalizado de vendas.