Por Samanta Sallum
Um trabalho de mais de 20 anos de melhoramento genético, realizado por pesquisadores da Embrapa Cerrados (DF), resultou na seleção de 14 clones de seringueira adaptados ao Centro-Oeste do Brasil. A produtividade deles é 26% superior à média das espécies mais plantadas na região.
Foi a partir de 70 tipos vindos da Malásia, em 1995, que a pesquisa se desenvolveu e selecionou as seringueiras mais apropriadas a áreas com de período seco bem definido. Um dos locais do experimento foi o campo da Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF).
Redução de pragas
Além da elevada produtividade, que permitirá o aumento da produção nacional e a redução da dependência das importações, os novos materiais fornecem um produto de boa qualidade e vão prover maior diversidade genética aos seringais. Esta é uma importante estratégia para reduzir os riscos de ataques de pragas e doenças.
As primeiras mudas enxertadas devem estar prontas para venda a partir de 2022.
Maiores produtores
Por causa de pragas, a heveicultura brasileira se deslocou do Norte para as regiões Sudeste e Centro-Oeste. Além de serem áreas de escape de doenças, são hoje as principais regiões produtoras de borracha do país. Goiás, São Paulo e Minas Gerais estão entre elas.
A seringueira é a principal fonte de látex e borracha do planeta. E o melhoramento genético é a melhor maneira de aumentar a produtividade e a receita dos agricultores sem alterar os custos.
”O desafio para quem planta espécies perenes, como a seringueira, é a diversidade genética. Com esses resultados, oferecemos uma lista maior de clones para o produtor”, detalha o pesquisador da Embrapa Ailton Pereira