Por Samanta Sallum
Em meio ao Setembro Ferroviário,promovido pelo governo federal, o setor produtivo do DF clama pela inclusão da capital na expansão da malha no país. As obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) começam amanhã. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, participa da solenidade, que tem presença prevista do presidente Bolsonaro no município goiano de Mara Rosa. Serão investidos R$ 2,7 bilhões na implantação de 383 quilômetros de novos trilhos, entre Mara Rosa e Água Boa (MT), interligando o Vale do Araguaia à Ferrovia Norte-Sul, favorecendo o escoamento da safra agrícola da região aos portos de Santos (SP), Itaqui (MA) e, no futuro, Ilhéus (BA).
Possível expansão
O projeto inicial não prevê a capital federal no trajeto, mas expansões não são descartadas pelo Minfra. Foi criado instrumento da autorização ferroviária para iniciativa privada, além de apresentado um pedido para expandir até Lucas do Rio Verde (MT).
Trecho Brasília – Anápolis
“O alto custo logístico que o Brasil impõe hoje às empresas é um fator que reduz a competitividade do produto nacional. No DF, o setor aguarda com ansiedade a construção de um trecho de trilhos de Brasília a Anápolis, criando conexão direta da capital à Ferrovia Norte-Sul”, apontou Jamal Jorge Bittar, presidente da Fibra DF.
Ligação estratégica
“A integração do território nacional pela via ferroviária é imprescindível para a nossa logística de cargas e transporte de passageiros. Defendemos a ligação ferroviária entre Brasília/Luziânia/Goiânia, que é de suma importância para nosso Desenvolvimento Econômico Estratégico”, destaca Leonardo de Ávila, presidente do Codese-DF.
Baratear o escoamento
de produtos
“Nem que seja numa segunda fase, mas o DF deve ser inserido nesse projeto, para diminuirmos os valores de frete. Nós temos hoje um combustível que está num valor altíssimo. Com a opção de ferrovia, nossos produtos têm condições de competir com os estados jácontemplados. Então, isso será uma relevância muito grande para o DF”, argumenta o presidente da Fecomércio DF, José Aparecido.
Impulsionar mercado atacadista
“Brasília tem uma localização privilegiada, é o centro do país. Isso nos transforma em um grande potencial de sermos os distribuidores para abastecermos o país. E a distribuição por ferrovia vai baratear o custo da logística, que, somado ànossa posição geográfica privilegiada, impulsionará o nosso mercado atacadista” , disse o superintendente do Sebrae no DF, Valdir Oliveira.