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Pesquisa aponta que mulheres são mais cautelosas na pandemia

Publicado em Coluna Capital S/A

Por Samanta Sallum

Ao todo, 80% dos brasileiros esperam se vacinar ainda neste ano. Em abril, apenas 6% tinham essa expectativa. Para 51%, o uso de máscaras deve ser flexibilizado com o avanço da imunização. Essa ideia tem menor adesão entre as mulheres. Apenas 46% delas pensam dessa forma, frente a 56% dos homens.

As mulheres foram mais afetadas pelas consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus e estão menos otimistas que os homens sobre o futuro da crise sanitária. Elas também são mais cuidadosas com as medidas após a vacinação. É o que mostra a 4ª edição da pesquisa “Os brasileiros, a pandemia de Covid-19 e o consumo”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Instituto FSB.

Medo de perder o emprego

Foram entrevistadas 2 mil pessoas nos 26 estados e no Distrito Federal, entre 12 e 16 de julho. Entre os brasileiros empregados, 46% tiveram redução ou perda total de renda desde o começo do ano. O número sobe para 52% entre elas. O medo de perder o emprego é maior para o sexo feminino (44%) do que entre eles (29%). Já 60% dos homens concordam com o relaxamento de medidas restritivas pós-vacina. Entre as mulheres, o apoio é de 47%.

Para o economista-chefe da CNI, Renato da Fonseca, o medo maior do desemprego neste grupo é uma resposta ao impacto econômico mais severo da pandemia para as mulheres que, muitas vezes, são as responsáveis pela administração dos recursos na casa.

“As desvantagens no mercado de trabalho para as mulheres foram agravadas pela crise sanitária, que alterou a dinâmica dos cuidados dentro das famílias”, afirma.

Menos dispostas a viajar

 Elas também estão menos dispostas a viajar nos próximos meses do que os homens. De modo geral, 56% não têm esse tipo de intenção. O percentual sobe para 62% entre o sexo feminino  e é de 50% entre eles.

O  medo de frequentar lugares públicos também é maior na percepção feminina. Ao todo, 23% das mulheres disseram ter muito medo de ir a restaurantes, contra 10% dos homens. O mesmo padrão se repete para outros locais, como shoppings e academias.

 A avaliação delas sobre a economia é menos otimista do que a masculina. Para 70% das mulheres, os efeitos da crise sanitária foram muito graves. Apenas 54% dos homens pensa dessa forma. Já 52% deles acreditam que a recuperação econômica começou, contra 35% das mulheres. Para 50% , irá demorar mais de dois anos para uma normalização econômica, contra 40% dos homens que têm essa opinião.

 

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