Neste sábado (29/7) moradores vão realizar uma missa, às 9h, seguida de piquenique, na Capela São Geraldo, no Paranoá. A pequena igreja é o segundo templo mais antigo do Distrito Federal.
Para garantir sua preservação, as comunidades do Paranoá e Itapoã organizam o evento, que promete ser o primeiro de uma série, com o intuito de criar uma agenda permanente em defesa da igrejinha.
A Capela São Geraldo se tornou um abrigo para vândalos durante a noite. O sino de bronze, que ficava na entrada, sumiu, assim como o relógio e as imagens de santos que antes ornavam a igreja. A cruz, no interior do prédio, sobrevive como o único símbolo religioso que sobrou de um local que já foi ponto de encontro dos fiéis do Paranoá. Os bancos de madeira, quebrados, hoje, servem como cama improvisada para invasores. Sujeira, fezes e janelas quebradas agora entram para um capítulo dos 51 anos da história desse patrimônio do Distrito Federal.
Ainda em 2014, a capela, localizada no Parque Vivencial do Paranoá, viveu um momento de esperança, quando foi reinaugurada, depois de ter sido demolida no ano anterior. A reforma custou R$ 282 mil, mas os moradores da região contam que o templo só recebeu quatro eventos — três missas e um casamento — desde então. Uma década antes, uma parte da construção cedeu e a demolição se fez necessária para preservar a segurança das pessoas. Na época, sobrou apenas a escadaria de concreto, que não levava mais a lugar algum. Fundada em 1966, ela é a segunda igreja mais antiga da capital e, durante 34 anos, permaneceu como a única do Paranoá.
O santo que não é santo
Apesar de muitos acharem que o nome da capela é um louvor ao santo italiano de mesmo nome, na verdade, a homenagem é para um homem comum. Antes de ser São Geraldo, havia uma igreja chamada São Pedro, que funcionava no Parque Vivencial do Paranoá, próximo à quadra de esportes. Como as missas eram celebradas no domingo, isso incomodava os moradores das construções próximas. Diante de tantas reclamações, houve uma negociação para o templo mudar de lugar. Um engenheiro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil e responsável pelo acampamento do Paranoá, chamado Geraldo, tinha alguns materiais de sobra e preparou o terreno para que a nova capela fosse construída. A comunidade ficou tão agradecida pela ajuda que deu o nome dele ao espaço de oração.
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