Lula é operado às pressas com hemorragia intracraniana

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi submetido a uma cirurgia na cabeça, por causa de uma hemorragia intracraniana. Segundo boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês, onde o procedimento foi realizado, Lula passou por uma “craniotomia para drenar o hematoma”.

Lula se queixou de dores de cabeça na noite de segunda-feira (9/12). Ao passar por uma ressonância magnética em Brasília, os médicos diagnosticaram a hemorragia intracraniana relacionada ao acidente domiciliar que o presidente sofreu há pouco mais de um mês, no dia 19 de outubro.

Segundo as informações divulgadas à época, Lula escorregou no banheiro e bateu a parte de trás da cabeça, chegando a levar alguns pontos. Caiu de um banco quando cortava as unhas

“A cirurgia transcorreu sem intercorrências. No momento, o presidente encontra-se bem, sob monitorização em leito de UTI [Unidade de Terapia Intensiva]”, esclarece o boletim médico do Sírio-Libanês.

Leia também: Presidente Lula é operado às pressas em São Paulo após sentir dores de cabeça

A hemorragia intracraniana ocorre na parte de dentro do crânio, em algumas das estruturas que estão abaixo dos ossos da cabeça, como o cérebro ou as camadas que revestem as estruturas do sistema nervoso. Os médicos prometem dar mais detalhes ainda hoje.

O caso de Lula pode ser hemorragia epidural (entre o crânio e a dura mater, uma das membranas protetoras do sistema nervoso). Mais graves são os casos de hemorragia subdural (abaixo da dura mater), subaracnoide (abaixo da membrana aracnoide) e intraparenquimal (nas próprias estruturas do cérebro).

Desde outubro, Lula estava sob observação médica. Na primeira semana após o acidente, evitou grandes deslocamentos, inclusive viagens aéreas ao exterior e até aos estados. Nas últimas semanas, porém, voltou às atividades intensas, como a participação na reunião do G-20, no Rio de Janeiro, e na reunião do Mercosul, no Uruguai.

Ontem, comandou uma reunião com 16 ministros para debater o desempenho das estatais. O comportamento político de Lula, entretanto, estava alterado. Aliados com quem se encontrou avaliam que o presidente da República estava se poupando de atividades inerentes ao cargo e sem iniciativa política.

Politicamente, o governo vive um momento delicado. Enfrenta dificuldades crescentes no Congresso para aprovar o ajuste fiscal e a reforma tributária. Lula não tem demonstrado a velha capacidade de articulação que sempre teve nesses momentos.

Esse comportamento estimula especulações de que não pretenderia se candidatar à reeleição. Fisicamente, porém, procurava demonstrar vitalidade e chegou a publicar um vídeo caminhando no Palácio do Alvorada.

Atualização: Em coletiva de imprensa, realizada pela equipe médica que acompanha o presidente Lula no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, na manhã desta terça-feira (10/12), o médico Marcos Stavale afirmou que o presidente Lula está com funções neurológicas preservadas e o cérebro está descomprimido. Está bem, conversa e se alimenta normalmente; segundo a equipe médica, não ficará com nenhuma sequela.

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Luiz Carlos Azedo

Jornalista

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