A defesa que o vice-presidente Michel Temer encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o pedido de cassação de sua chapa na reeleição saiu melhor do que a encomenda para a presidente Dilma Rousseff. De uma cajadada só, o peemedebista afastou-se ostensivamente do presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), e ainda corroborou a tese do PT de que todo o dinheiro recebido pela legenda do cartel de empreiteiras envolvido no esquema de propina da Petrobras não passa de “doações legais”.
Temer acusa do PSDB de “demonizar” as doações legais de campanha, por “mero inconformismo com o resultado eleitoral”. E rechaça a acusação de abuso do poder econômico, com o argumento de que a campanha de Aécio Neves, o candidato do PSDB, recebeu R$ 40 milhões de doações das mesmas empreiteiras acusadas na Lava Jato.
Há quatro processos de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE, todos de autoria do PSDB. Temer havia cogitado fazer uma defesa em separado de seu mandato, na esperança de assumir a Presidência caso Dilma fosse cassada. Mudou de ideia, porém. Constitucionalista reconhecido nos meios jurídicos, optou por defender o seu mandato e o da presidente da República, o que o reaproxima do PT e o afasta da oposição.