VISTO, LIDO E OUVIDO

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Caldeirão da presidente

Alguns eventos, por seu significado simbólico e oportuno, têm a capacidade de ampliar e irradiar seus efeitos muito além dos limites previstos, reverberando e percutindo, no coletivo,  as angústias e frustrações de cada indivíduo isoladamente.  O fenômeno do panelaço, ocorrido durante o discurso da presidente Dilma,  foi assim.  Catalisado, em sua essência,  pelos acontecimentos atuais,  o bater nas panelas soou como um primitivo toque de  reunir em contraste com o chamamento tecnológico e virtual da internet. Para alguns analistas do momento, o rufar  dos tambores pode ser o prenúncio do que está por vir. Por isso não adianta o governo repetir o mantra , também usado na Venezuela, de que a oposição ensaia um golpe na forma de um terceiro turno . O conhecido conformismo e  comodismo do cidadão brasileiro só podem ser  abalados por razões comprovadamente extraordinárias  como no momento presente. A História  mundial tem demonstrado, com fartos exemplos, a enorme capacidade  e talento dos governos “socialistas” de desorganizar as finanças públicas.   A experiência vivida pelo governo inglês nos anos oitenta,  mostrou que não existe dinheiro público, o que existe, de concreto, é o dinheiro do pagador de impostos .  No nosso caso não foi diferente.  Findo esses recursos, pelo esgotamento do modelo , cessaram também as benesses ideológicas e o sistema entrou em entropia acelerada.  Portanto,  pouco importa saber agora se os percussionistas são da classe média urbana ou não.  O difícil , neste instante, é saber o que mais incomoda o cidadão, se a crise econômica aguda ou a corrupção generalizada que devasta o Estado. De qualquer forma, a junção desses dois flagelos tem o poder de potencializar  e açular as massas. Falar em manipulação das massas pela oposição é desconhecer e menosprezar a  patientia mostra.

A frase que não foi pronunciada: Dizia o panelaço: Cumpram a Constituição!

Memória Foi no dia 14 de dezembro do ano passado que o ex gerente da Petrobrás, Pedro Barusco relatava a troca de crédito de propina com o tesoureiro . Ficou o compromisso de devolver os 97 milhões de dólares em contas no exterior e os 6 milhões em contas no Brasil. Ele reconheceu a origem ilícita do dinheiro.

Sociedade Pior disso tudo é a conivência dos bancos brasileiros. Mesmo sabendo que as transferências eram suspeitas, nada fizeram, atestou Barusco.

Descontrole Se o Ministério do Trabalho deixar como está, o mercado de trabalho no Brasil vai sofrer. Mais de 51 mil estrangeiros já estão empregados no país. Em tempos de inflação, e demissões, o brasileiro perde espaço.

Mais Por falar nisso, empresa das Filipinas está exportando empregadas domésticas. A preocupação com o futuro do país abre espaço para a esperança das jovens que fogem da crise naquele país.

Marketing Parece que o momento é pouco propício para o anúncio do Tesouro Nacional sobre uma série de mudanças que facilitarão o acesso à investimentos para pessoas físicas. Com a credibilidade em baixa, as expectativas são frágeis.

Realidade Ainda no campo da economia, a demanda dos consumidores por crédito está diminuindo. Em fevereiro a queda foi de mais de 10%, segundo a Serasa Experian.

Rua Desespero total com a criação da central de compras do governo. Carlos Vieira da Abav reclama que não houve planejamento, consulta nem discussões sobre o assunto. “São mais de 630 contratos e R$ 100 milhões que vão ser jogados para uma empresa só,”resume o presidente da associação.

Ari Cunha

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Ari Cunha

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