Dançando sobre o vulcão
Desde que a presidente Dilma chamou para dentro do Palácio do Planalto a crise na Petrobrás, o monstro não parou mais de crescer, abarcando tudo em volta. Ao se dar conta do vespeiro em que havia enfiado as mãos, o Executivo não se intimidou em acionar de imediato a máquina pública para trabalhar freneticamente afim de obstar o alastramento das investigações. Advocacia Geral da União e Ministério da Justiça, para citar apenas dois dos principais braços da presidência da República. Eles começaram a se articular com outros órgãos ligados à Operação Lava Jato, na tentativa amortecer ou mesmo levar para longe da Praça dos Três Poderes os efeitos da crise. Enquanto as reuniões secretas aconteciam em toda a parte, o Palácio da Alvorada abria suas portas para jantares com membros da base de apoio, na tentativa de esfriar a crise também na área política. Isolada e refém das maquinações organizadas por seu partido, Dilma vive hoje enredada no inferno que teceu para si. Pelo lado do Legislativo, o jeito encontrado pelos políticos enrolados foi seguir o exemplo do ex-presidente Lula e deixar os feridos abandonados pelo caminho. Lançada ao mar, a presidente Dilma busca nos cacos que ainda restou no Congresso, salvar o governo e a própria pele. Nesse jogo de salve-se quem puder, Executivo e Legislativo dão o abraço dos afogados. Chamada a pagar as contas pelas estripulias do governo, a população mais esclarecida tem a oportunidade de dar uma resposta à altura dos fatos quando dia 15 chegar. O governo da presidente Dilma e do seu partido parecem estar vivendo em pleno Baile da Ilha Fiscal . Ocorrido em 9 de novembro de 1889, o baile passou para a história como a festa de despedida da monarquia. Seis dias depois era proclamada a República. Inclusive o dinheiro usado para a realização daquela festa, havia sido desviado dos recursos públicos que acudiriam os flagelados da seca no Ceará. Naquela época, como hoje, eles dançavam sobre um vulcão.
A frase que foi pronunciada:
“Vocês não me representam! Odeio o Charlie Hebdo e respeito José Sarney.”
Faixa vista na Asa Norte
Mais segredos
Autêntico no que faz, o ministro Marco Aurélio Mello disse que se fosse ele, o pacote já estaria escancarado. Enquanto isso, todos aguardam que o ministro Teori assine os 35 despachos. Parece que as surpresas ainda existem.
Atentos
Meio encalacrado o caminho de discussão do Projeto de Lei da Câmara 02/2015 que dará acesso aos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade e à agrobiodiversidade. O acesso seria para pesquisadores e indústrias. 80 entidades já manifestaram a necessidade de uma discussão mais ampla.
Novidade
Por falar em meio ambiente, Sérgio Henrique Collaço de Carvalho,biólogo e diretor do Departamento de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente quer criar Unidades de Conservação da natureza em áreas urbanas para administrar a estiagem.
Solução
Segundo Collaço, a escassez está associada a fatores como a carência de planejamento dos assentamentos urbanos, os equívocos no manejo do uso do mineral, a utilização de equipamentos urbanos de distribuição ineficientes e responsáveis por enormes desperdícios, e a pouca consciência do brasileiro em relação à escassez deste recurso.
Interessante
Ainda sobre as Unidades de Conservação, Collaço descreve a situação privilegiada de Brasília por ter sido planejada com espaços amplos de preservação, o que garante a qualidade no abastecimento.Por exemplo, o sistema Santa Maria-Torto que abastece a parte norte da cidade e o sistema de Sobradinho apresentam qualidade e volume de água.
Meios e fins
Protestos bárbaros no lugar da criatividade. Mulheres do MST, sem assumir a identidade invadem e destroem milhares de mudas de eucaliptos e outros materiais pesquisados há 14 anos. O filme do ataque está no portal do MST.