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Reforma pra valer
Com a eleição de um novo grupo – que auto se proclama liberto da tutela do Executivo – para o comando da Câmara dos Deputados, voltam a reascender as expectativas de todos sobre uma possível e sempre desejável reforma política. O tema, considerado por muitos a “mãe” de todas as reformas, volta e meia, retorna à baila, principalmente nas ocasiões que , por incoerências institucionais , os poderes da República não se entendem  e passam a colidir uns com os outros. Os reflexos são negativos para todos indiscriminadamente.
É importante, para o início das mudanças, que o Legislativo não incorra na tentação de ampliar desmedidamente os próprios poderes, para numa inútil queda de braços com o Executivo. Criar mais um poder com feições imperiais e mandonistas está fora da necessidade da Nação. De saída, qualquer proposta de reforma política respeitável deve mirar diretamente e apenas nos interesses da cidadania, desprezando , por completo, quaisquer outras medidas de cunho cartorial. Se for  para atender aos anseios da sociedade, uma reforma pra valer, obrigará os poderes à uma lipoaspiração profunda, extirpando mazelas e vícios  antigos.
Para início de conversa devem ser eliminados toda e qualquer prerrogativa que induza à blindagem das autoridades, pondo fim à execrável imunidade política de parlamentares, governadores , ministros , presidentes e outros próceres do estado. No caso das instituições brasileiras, uma reforma pra valer, terá como tarefa maior, enxugar, reduzir e racionalizar os poderes da República, de modo a não só igualar todos perante a lei, mas tornar o aparato e o poderio estatal  mais barato e mais próximo à realidade do contribuinte cidadão.
A cada eleição o que se espera de fato é um estado eficiente e de baixo custo. Para tanto, toda e qualquer reforma política deve ter como premissa aliviar o bolso do contribuinte, pondo fim aos inúmeros penduricalhos embutidos nos já altos salários de suas Exmas. Só assim será pra valer.
Não basta acabar apenas com o festival de criação de partidos de aluguel ou de sindicatos de ocasião, sem antes reformular e garantir a isenção de alguns órgãos  importantes de fiscalização dos recursos públicos, a começar pelo próprio TCU. Nos moldes em que estão estruturados hoje os tribunais de contas, ligados umbilicalmente aos Legislativos, servem muito mais como prêmio de consolo para parlamentares pelos relevantes trabalhos prestados às maiorias de ocasião do que como órgãos de efetivo poder fiscalizatório contra os que corrompem o poder.
A frase que não foi pronunciada:
“Futebol é arranjado, carnaval é combinado, ações políticas são forjadas. Quando é que o Brasil vai ser um país de verdades?”
Pensamento dos brasileiros com um fio de esperança
Ah tá.
Antonio Ledezma foi preso pelo serviço secreto da Venezuela. O prefeito foi detido para parar de falar mal do governo de Nicolás Maduro. Isso não foi o menor obstáculo para que a presidente Dilma Rousseff recebesse de braços abertos a nova embaixadora no Brasil, Maria de Loutdes Urbaneja Duran. Dilma saiu-se bem: “Não posso interferir em questões internas.”

Quase lá
Enquanto o óbvio é ululante o colapso das empresas envolvidas na operação Lava Jato é certo. Muita gente sabe demais. A população aguarda o primeiro a tomar coragem para seguir o efeito dominó e acabar com essa agonia de uma vez por todas.
Na fonte
O bom disso tudo é que os estudos técnicos sobre as novas concessões rodoviárias estarão sob as lentes da imprensa. Agora o Ministério dos Transportes pisa em ovos.
Agora vai?
Criação da CPI da Petrobras deve sair na próxima semana. Os arranjos devem abafar mais uma vez o escândalo. O bom disso tudo é o material que chega de todos os lugares do país com denúncias e provas da corrupção. O assunto pode ser resolvido se houver vontade política. Ou interesse.
Ari Cunha

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Ari Cunha

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