VISTO, LIDO E OUVIDO

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Interina: Circe Cunha         
Colaboração Mamfil

Samba no pé e no futuro do país Um passo à frente e dois atrás. É nesse movimento vacilante que as instituições públicas se movimentam. Ora, em sintonia com os anseios da população, ora, com olhar apenas nos próprios interesses. É nesse ir e vir constante, sempre ao sabor dos ventos favoráveis, que se posicionam tanto os membros do Poder Legislativo, como do Judiciário e do Executivo. A sintonia entre eles é perene e ditada pelo instinto de sobrevivência e de interesses comuns, nunca satisfeitos.  Fora dessas relações, orbitando bem longe, encontra-se a sociedade, alijada e vítima direta desse  processo maroto e secular. Diante da eminência de vir a perder o cargo, a presidente Dilma escancarou o balcão de negócios que estava temporariamente fechado dentro do Congresso. Na mesma tática em que ensaiou a permanência dos vetos, antecipou  também as jogadas que serão finalizadas quando da votação do processo de impeachment. Estranhamente a mesma estratégia usada para abrir facilidades em votações de interesse do Planalto e elevada a alturas nunca antes vista, é idêntica a que deu origem a maior investigação criminal do país. A Operação Lava Jato é descendente direta desse  modo fazer política. A arte política, talvez a maior invenção do gênero humano e que lhe permitiu a ascensão   ao patamar evolutivo da civilização, foi transformada entre nós, no mais abjeto e mesquinho mercadejar. Enquanto isso as letras da Carta Magna esperneiam tentando chamar a atenção para o § 4º do Art.37 “ Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.” Nestas entabulações, o que de direito pertence à nação, é negociado à sua revelia, apenas em beneficio  imediato dos tratantes. Noutra frente, o Judiciário, encurralado pela monstruosa pressão de grupo poderosos, quando já estava na antessala que dá acesso aos comandantes- em –chefe do escândalo, resolve dar um passo  atrás e fatiar os processos da Operação Lava Jato.  Ninguém melhor do que o próprio juiz Sérgio Moro para avaliar essa decisão inusitada: “ a dispersão das ações penais, como pretende parte das defesas, para vários órgãos espalhados do Judiciário no território nacional , não serve à causa da Justiça, tendo por propósito pulverizar o conjunto probatório e dificultar o julgamento”. Advogados dos demais réus já se mobilizam para tentar dispersar as ações penais, num movimento que pode, segundo muito analistas, significar um tiro certeiro contra a Operação.  Sabedores da ausência de governo e com uma taxa de desemprego beirando os 9% da população economicamente ativa, recrudescem os movimentos grevistas e oportunistas , ladeados ainda pela eclosão da violência urbana desenfreada. A “venezuelalização” do Brasil vai ensaiando seus primeiros passos para a dança macabra da desordem pública, dos conflitos fratricidas , abrindo também as portas do salão para a entrada dos salvadores da pátria. Neste ponto, nunca é demais lembrar a frase de Bertold  Brecht: “ a cadela do fascismo está sempre no cio.”

A frase que não foi pronunciada: “A liderança é uma poderosa combinação de estratégia e caráter. Mas se tiver de passar sem um, que seja estratégia.” Norman Schwarzkopf

Direção É preciso divulgar a página do Senado. Está espetacular. O cidadão tem acesso a todos os discursos, inclusive nas comissões. Pode escolher em texto ou ouvir o áudio. A Comunicação Social da Casa está com os melhores profissionais. São eles que dão o toque de modernidade para facilitar o acompanhamento do eleitor aos trabalhos dos parlamentares. Virgínia Malheiros da Comunicação Social e Ilana Trombka da Diretoria Geral e equipes estão deixando a marca.

Funarte Hoje,  às 18h, o teatro Plínio Marcos apresenta pelo Festival Ágora da Música Brasileira, o grupo goiano Vida Seca, que desenvolve pesquisas sonoras com materiais reutilizáveis, do lixo, da sucata, e de onde mais for possível aproveitar. Bela oportunidade para reflexões sobre o consumo, o descarte, o lugar das coisas que criamos, que esquecemos e talvez possamos relembrar e recriar.

Ari Cunha

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Ari Cunha

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