VISTO, LIDO E OUVIDO

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Retrato da Pátria Educadora
Quando teve que ir em busca de seu histórico escolar Manuel voltou à escola pública, onde décadas atrás cursara o ensino médio. Ao adentrar no prédio,   não reconheceu o antigo estabelecimento . Chocado com que via,  parecia estar sendo traído pela própria memória.  Aquela era , definitivamente uma outra escola , com outros alunos.
O prédio que conheceu,  bem ao estilo modernista da época,  tinha sido desfigurado por reformas apressadas . Os amplos espaços abertos tinham dado lugar à uma série de puxadinhos e arremedos sem lógica. As  salas que antes eram destinadas a abrigar o ensino de canto coral, artes industriais, pintura, dança , teatro e outras atividades, haviam  desaparecido por completo. Talvez porque algumas autoridades considerem hoje de cunho burguês e, por isso descartaram.
Desapareceram também os corredores com jardins internos, pensados para dar conforto ambiental e espiritual aos usuários daquele espaço.  À beleza das cores naturais vieram se sobrepor a uniformidade de uma tinta brilhante de cor de terra escuro que cobria todo o prédio.  As amplas janelas , por onde as vezes nossa imaginação fugia, foram substituídas por um gradil de barras de ferro verticais. As portas de madeira foram trocadas por outras feitas de chapa de ferro , com fortes trincos.
O que antes que parecia uma escola aprazível e cheia de atrativos, inclusive aos sábados , quando ali eram realizados festejos e outras atividades que atraiam a comunidade local, havia se transformado agora num espaço arquitetônico cheio de grades, fechado e opressor, que em muito remetia aos reformatórios de delinquentes juvenis. Sem dúvidas aquele antigo espaço mais parecia hoje um desses CAJES típicos , destinados a enclausurar e castigar seus ocupantes.
A atual clientela de alunos que ainda circulava por ali, era composta,  na sua maioria por jovens moradores da periferia e das zonas rurais, distantes até 80 Km dali . Curioso com a mudança brutal do espaço físico e do perfil do alunado, Manuel perguntou ao antigo professor o que havia acontecido com aquela  escola, considerada como modelo de ensino por anos. A resposta veio direta e sem necessidade de análises sociológicas mais profundas:  – A saída da classe média das escolas públicas, disse,  levou consigo o interesse do governo e a obrigação do estado com a educação, o que ficou foi isso aí.

A frase que não foi pronunciada:
“As ideias dominantes numa época, nunca passaram das ideias da classe dominante.”
Karl Marx

Como mudar
Mustag Memon da Organização das Nações Unidas mostra ao mundo o exemplo do Japão como experiência bem sucedida. Depois da década de 60 a produção industrial levou a poluição a índices alarmantes ao país. Tanto em resíduos sólidos como emissões gasosas. A contaminação chegou ao ar, ao solo e à água. As soluções apresentadas para reverter o quadro foram duas. Novas leis (o que implica naquele país que elas foram cumpridas) e educação. Aulas sobre meio ambiente são dadas para alunos na mais tenra idade.

Denúncia
Por falar em ONU a entidade acabou de receber a denúncia da Justiça Global que mostrou à comunidade internacional a realidade e a falta da presença do estado brasileiro na chacina de Cabula, bairro da periferia de Salvador. Depois que o governador Rui Costa inocentou os policiais, a população se revoltou. Pior. Laudos  foram ignorados no inquérito e tudo ficou por isso mesmo. Pelo menos até agora.

Expectativa
Uma proposta que está fazendo sucesso foi levada para ser transformada em lei pelo senador Paulo Paim. Em pouco tempo o Brasil terá um canal especial nos canais abertos, onde o deficiente visual poderá plugar para o áudio da descrição da programação. A prática é aguardada por 6,6 milhões (dados do IBGE 2010) de pessoas que têm alguma deficiência visual.
Os pés
Igrejas católicas perdem fieis com deficiência auditiva por falta de intérpretes. É emocionante ver a realidade de outras pessoas com atitudes que nunca imaginamos por falta de contato. Durante as orações eles precisam das mãos então se dão os pés.
Ari Cunha

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Publicado por
Ari Cunha

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