VISTO, LIDO E OUVIDO

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Cuida que é sua
Em plena luz do dia um caminhão da Sushi Loko cruzando a calçada e a ciclo faixa  estaciona sobre o gramado  da 213 Norte e passa a exibir uma enorme faixa de propaganda da empresa.
No balão florido de outra quadra, como em muitos outros espalhados pelo Plano Piloto, as faixas anunciando venda de imóveis ou de entrega de pizzas tremulam  na paz do vento.Em outros pontos da cidade enormes painéis de LED alardeiam todo tipo de mercadoria em cores e movimentos como grandes aparelhos de televisão ao ar livre. No comércio os letreiros disputam entre si quem mais se destaca em tamanho e enfeites. Compondo esse cenário multicor e disforme, as pichações e grafites vão invadindo cada espaço branco de prédios,  muros, passagens subterrâneas. Rabiscar a cidade com garatujas  de toda ordem é moda e qualquer opinião contraria ao livre manifestar, fere a liberdade de criar. É tudo arte.
Nas áreas comerciais e residenciais conteiners, cada vez mais numerosos, invadem os estacionamentos espalhando no ar o odor do chorume que escorre ladeira abaixo. Nas entrequadras, a expansão silenciosa dos restaurantes acumula cadeiras e mesas por toda a área de circulação de pedestres. Ao redor das quadras residenciais vão proliferando os quiosques de chaveiros, de comidas e de prestação de outros serviços, tudo em nome da liberdade de comércio sem limites.
Os blocos residenciais, reformados por síndicos sem formação em arquitetura ou engenharia atacam os projetos originais sem autorização do autor da obra. Exibem um amplo mostruário de azulejos  existentes no mundo, numa profusão de cores e motivos difícil de imaginar. Grades, pelo  sinal dos tempos, aparecem em toda a parte fechando passagens e aberturas naturais.
Carros em grande profusão, inclusive os  oficiais, estacionam  tranquilamente sobre os gramados sem cerimônia, num desprezo pelas áreas verdes. Ao redor das quadras residenciais vão proliferando os quiosques de chaveiros, de comidas e de prestação de outros serviços, tudo em nome da liberdade de comércio sem limites.
Aos poucos Brasília vai se dobrando a esse avanço silente das pequenas irregularidades, que pouco a pouco vai desfigurando um projeto de cidade moderna, única no mundo e que ainda é motivo de atração turística e de admiração por todos com a capacidade de um povo se reinventar. A cidade é de quem a usufrui com carinho e cuida como se fosse sua casa. A cidade é também a cara de quem nela habita.
A frase que FOI pronunciada:
“Se você acha que educação é cara, experimente a ignorância.”
Derek Book, advogado e educador dos Estados Unidos formado na Universidade Harvard
Educado demais!
Cercando o senador Renan Calheiros uma caravana que veio discutir a PL 28 cobrava um encontro. Prontamente o presidente do Senado convocou os representantes do grupo e os encaminhou para a presidência. Edison, na Polícia do Senado separou um auditório para que todos se acomodassem durante os debates. Finalizados os contatos e com o afastamento do presidente, os comentários eram dois: Puxa! Como foi fácil falar com ele, você viu? Uma reclamação foi unânime. Todos os que filmavam a conversa pelo celular ficaram decepcionados. O senador Renan Calheiros não fala alto, ninguém conseguiu ouvir uma palavra.
Sem rodeios
Luiz Lima da Clip Clipping lembra que no velho jornalismo os assessores monitoravam as notícias para responder qualquer ataque, prontamente. Hoje, a preocupação é esconder o atacado. Um desses acontecimentos foi lembrado por um jornalista. Por que o ministro Levy não nos recebeu quando estava resfriado e agora, com embolia pulmonar vai aos Estados Unidos? Uma colega bastante sincera não deixou passar quando leu a nota. Porque nós jornalistas, disse, somos muito chatos.
FDDD
Nas notícias do TST está lá: A Rápido 900 de Transportes Rodoviários foi multada em R$ 1 milhão por danos morais coletivos pelo transporte inadequado de amianto. Está proibida de carregar o produto. Danos morais coletivos fazem lembrar o caso da pílula de farinha. A Schering do Brasil foi multada, também em 1 milhão há 17 anos. Pergunta que não quer calar. Para onde segue a verba da multa por danos morais coletivos? Graças aos consumidores ou contribuintes lesados o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, gerido pelo Ministério da Justiça, é reforçado.
Público
Parece uma iniciativa espetacular mandar funcionário público registrar a entrada e saída do trabalho. A Câmara Legislativa, no anuncio aos quatro ventos, já avisou que só os concursados terão a obrigação. Não há como compreender. Todos são pagos com a mesma verba pública. Faz falta o registro dos médicos no atendimento à população. E mais. Lembrando o presidente Lula que solicitou a coleta dos celulares em uma conversa para ter certeza de que não seria gravada. Discussão em espaço público deve ser de interesse público.
Circe Cunha

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Circe Cunha

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