Brasília - DF
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido
É certo que as cidades, assim como os seres humanos, nascem, crescem, envelhecem e morrem, como mostra o livro famoso de Jane Jacobs: “Morte e vida das grandes cidades”, publicado em 1961. As razões são múltiplas, mas, no geral, tem a ver com as seguidas e desastrosas interferências do homem na vida urbana. Muitos arquitetos e urbanistas dizem que o que estraga muitos projetos é que, depois, eles, cedo ou tarde, irão ser habitados por pessoas alheias a questões como harmonia, beleza e bom senso.
Como ciência, o urbanismo não pode, nem deve ser concebido apenas para atender problemas de ordem social, econômica e política de determinada época, sob pena de se criar cidades como soluções para questões que nada têm a ver com o propósito urbano em si. Trata-se de uma questão delicada. Uma coisa é a cidade, outra, totalmente diferente, são as questões de ordem social e econômica momentâneas que devem ser resolvidas pontualmente. Querer adaptar a cidade, com seu urbanismo complexo, a problemas de ordem social não tem resultado em algo positivo para seus habitantes.
Cidades pelo mundo que tiveram seu desenho urbano alterado para atender questões de ordem social, como a pobreza, a mendicância e outras, tiveram abreviadas sua decrepitude e falência. Por todo o planeta, vêm-se, nos centros urbanos, cidades que entraram em estágio de ruínas e abandono por não levarem a questão urbana com seriedade. O caso particular de Brasília mostra que o centro urbano da capital parece ter entrado nesse estágio de decadência prematura, principalmente após a traumática emancipação política da cidade. A partir daquele momento, políticos de toda a espécie passaram a considerar que o projeto urbano da cidade deveria ceder espaços para as aventuras dos puxadinhos e das improvisações, num movimento populista no qual nada do projeto foi respeitado.
Exemplo disso foram as seguidas invasões de terras públicas para a instalação de bairros improvisados dentro da lógica: um terreno, um voto. As áreas públicas, como moedas de trocas, foram vilipendiadas. A proliferação de barracos de lata, espalhados por toda a cidade, inclusive nos pontos de ônibus, mostra que não temos apreço por coisas como projetos urbanos. A decadência de extensas áreas do centro da capital demonstra que questões sociais são uma coisa, questões urbanas são outra. As cidades não são meros cenários; são organismos complexos cuja saúde depende de um projeto contínuo e coerente.
Jane Jacobs nos ensinou que a vida urbana é dinâmica, frágil e vulnerável às intervenções desencontradas. Quando tratamos a cidade como um apêndice de políticas imediatistas, a urbe perde sua razão de ser. É compreensível que as emergências sociais exijam respostas rápidas, mas confundir remédio com cirurgia permanente é erro grave. Urbanismo não é exclusivamente engenharia de controle social; é arte, economia, ecologia e convivência. Projetos que ignoram a qualidade do espaço público acabam criando cenários propícios à exclusão e à degradação.
Brasília é um exemplo doloroso de como decisões políticas podem corroer um projeto urbano visionário. A capital, em seu traçado original, tinha intentos estéticos e funcionais que vinham sendo gradualmente subvertidos. Transformar áreas públicas em moeda de troca revela a crise de princípios que atinge a gestão urbana. O loteamento improvisado e o “um terreno, um voto” são sintomas de um problema institucional mais profundo. Não se trata de demonizar medidas de emergência, mas de não torná-las permanentes. A proliferação de abrigos improvisados nos pontos de ônibus é sinal de falha coletiva. Falha do poder público que deixa de priorizar habitação digna e gestão urbana integrada. Falha da sociedade que naturaliza o improviso e a ausência de normas estéticas e funcionais.
O urbanismo que se reduz a remendos acaba por acelerar o envelhecimento e a morte da cidade. Cidades sem cuidado com o desenho urbano perdem capacidade de atrair investimentos, talentos e qualidade de vida. A decadência de centros urbanos não nasce do nada, é fruto de decisões cumulativas e de negligência. A preservação do espaço público exige vontade política, planejamento técnico e participação cidadã. Não basta erguer muros contra a pobreza; é preciso políticas integradas que unam urbanismo e justiça social. Isso significa programas de habitação planejada, equipados e localizados com sentido urbano. Significa também preservar a malha urbana que garante circulação, comércio e sociabilidade. Governar uma cidade é cuidar de suas infraestruturas, de seus equipamentos culturais, de suas praças. É preciso combater a ideia de que uma solução social é automaticamente uma solução urbana.
A frase que foi pronunciada:
“Temos orgulho da nossa constelação de arquitetos-estrelas, mas precisamos mais de arquitetos preocupados com as cidades. Menos egoarquitetos, mais equoarquitetos”.
Jaime Lerner
Claro
Tão excelente quanto mal planejada a campanha agressiva da Claro. Por ligação telefônica incessante, o script diz que para preservar a Lei de Proteção de Dados é preciso que o interlocutor confirme endereço, CPF. Acostumado com golpes, o consumidor não dá trelas e desliga. Acontece que se trata de uma promoção que barateia a conta da Claro Internet que propõe a instalação de fibra ótica. Despreze ligações de ofertas. Para saber se tem direito a promoção, quem deve ligar é você para a Claro.
História de Brasília
O bibliotecário tinha como incumbência encapar todos os livros. Não cumpriu com a sua missão e foi obrigado a renunciar. (Publicada em 11.05.1962)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade jornalistacircecunha@gmail.com facebook.com/vistolidoeouvido instagram.com/vistolidoeouvido …
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade jornalistacircecunha@gmail.com facebook.com/vistolidoeouvido instagram.com/vistolidoeouvido …
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade jornalistacircecunha@gmail.com facebook.com/vistolidoeouvido instagram.com/vistolidoeouvido …
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade jornalistacircecunha@gmail.com facebook.com/vistolidoeouvido instagram.com/vistolidoeouvido …
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade jornalistacircecunha@gmail.com facebook.com/vistolidoeouvido instagram.com/vistolidoeouvido …
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade jornalistacircecunha@gmail.com facebook.com/vistolidoeouvido instagram.com/vistolidoeouvido …