Uma rosa ainda com muitos espinhos

Compartilhe

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

facebook.com/vistolidoeouvido

instagram.com/vistolidoeouvido

Arte: Débora Islas/CLAUDIA

Dados fornecidos pelo Núcleo da Violência da Universidade de São Paulo (USP), em conjunto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, indicam que, a cada duas horas, aproximadamente, uma mulher é morta de forma violenta em nosso país. No mapa mundial, esse número passa para uma mulher morta a cada 10 minutos, segundo a UNWoman. O grau de violência que tem, nas mulheres, de todas as idades e das mais variadas camadas sociais, seu principal alvo, demonstra, de forma cabal, que existe em nossa população uma patologia e uma anomalia de tal proporção que não seria exagerado considerar que a sociedade brasileira parece rumar para sua própria desintegração.

Observem que esse é um dado verídico que apresenta apenas aqueles casos que culminaram com a morte, de forma absolutamente criminosa, dessas mulheres. Se formos levar em conta também as denúncias feitas formalmente por mulheres que foram vítimas de violência doméstica, de ameaças e de assédios sexuais, de estupros e mesmo assédios morais praticados nos locais de trabalho, os registros não deixariam dúvidas de que ser mulher nesse país é uma missão que envolve altíssimos riscos.

O que mais chama a atenção nesses dados é que esse tipo de crime vem aumentando a uma taxa de quase 10% ao ano, isso, de acordo apenas com as estatísticas oficiais. Ocorre que esse tipo de violência, quando praticada por pessoa da família, não chega, sequer, a ser denunciada às autoridades. Daí que muitos acreditam que os dados reais, relativos às práticas de violência contra as brasileiras, são estarrecedores. De tão recorrentes e bárbaros, foi preciso o estabelecimento de um novo tipo de crime, no caso, o feminicídio, como forma de conter essa escalada de violência.

Infelizmente, a criação de delegacias especiais para o atendimento de mulheres e mesmo o advento de Leis como a Maria da Penha e a inclusão do feminicídio como crime hediondo, com endurecimento severo nas penas, não tiveram o condão de abrandar os registros de violência praticada contra as mulheres no Brasil.

Além da violência física e moral, as mulheres são vítimas também de uma outra forma de crime, aceita por muitos como fatos de menor importância, mas que demonstram um certo comportamento misógino enraizado em nossa cultura a séculos. As discriminações no ambiente de trabalho, com as diferenças salarias entre homens e mulheres e as oportunidades diferentes de crescimento dentro da profissão, evidenciam essas injustiças, mesmo em pleno século XXI.

Um outro caso de flagrante discriminação contra as mulheres ocorre durante todas as eleições. Para burlar a lei eleitoral que obriga uma cota mínima de 30% de mulheres na lista de candidatos ao Legislativo, muitos partidos passaram a adotar a estratégia de candidaturas do tipo laranja, na qual mulheres são inscritas, não realizam campanhas e devolvem o dinheiro do fundo eleitoral e partidário diretamente para os caciques desses partidos, que dão a destinação que bem querem a esses recursos públicos. Com isso, a representação feminina no Congresso e nas Assembleias Legislativas permanecem desiguais, em torno de 30%, isso para um país onde, em cada dez habitantes, 5 são do sexo feminino.

Esse fato não é apenas um desrespeito e um crime praticado contra as mulheres, mas um grave delito contra a própria democracia representativa e o futuro do país.

A frase que foi pronunciada:

“Leolinda, Bertha e Almerinda pavimentaram o caminho pra que Celina Guimarães, a primeira eleitora; Eunice Michiles, a primeira senadora; Alzira Soriano, a primeira prefeita; e tantas outras que vieram depois participassem efetivamente da política brasileira. Cada movimento delas foi essencial pra que o direito ao voto se tornasse uma realidade na política do país.”

Do Instagran TSEJUS

Ilustração: reprodução da internet

Decepção

Satisfeita com a visita de familiares que moram por toda parte do mundo, Gisele Alvarenga resolveu ciceronear os genros e noras para conhecer Brasília. Começou pelo Palácio da Alvorada, onde todos podiam chegar perto do vasto gramado, ver as aves criadas por ali. Não é mais assim. Tudo impossível de se aproximar. Até a Catedral estava fechada. Itamaraty nem pensar. Torre digital? Viagem perdida. Apesar do aumento de turistas, a capital da República não tem sido uma boa anfitriã.

Torre de TV. Foto: Roberto Castro/Mtur

História de Brasília

As chuvas desta madrugada danificaram , em parte, o jardim do trevo da Igrejinha. A tela colocada sôbre a grama, entretanto, evitou maior desastre. (Publicada em 27.04.1962)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: #AriCunha #Brasília #CirceCunha #Eleições #HistóriadeBrasília #Mamfil #MulheresNaPolítica #VotoFeminino

Posts recentes

  • ÍNTEGRA

Só as imagens em 3D podem convencer

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

2 dias atrás
  • ÍNTEGRA

Inferno na terra

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

3 dias atrás
  • ÍNTEGRA

A privatização das ruas

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

4 dias atrás
  • ÍNTEGRA

Vida e morte da cidade

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

5 dias atrás
  • ÍNTEGRA

Plantar árvores

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

1 semana atrás
  • ÍNTEGRA

Não conheço nenhuma delas

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

1 semana atrás