Um país inteiro

Compartilhe

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

facebook.com/vistolidoeouvido

instagram.com/vistolidoeouvido

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) acompanha votação de liberação de cassinos, bingos e jogo do bicho em painel. — Foto: Kevin Lima/G1

Ao que parece, o crime organizado, como o nome sugere, vai entrando sem cerimônias em diversos setores da economia do país, estendendo seus tentáculos em atividades da iniciativa privada, buscando alcançar e, quiçá, dominar instituições públicas, tornando-se, assim, uma espécie de poder paralelo ao Estado. Pelo menos é o que indicam as investigações policiais em andamento.

A cada enxadada nas apurações policiais, sai uma minhoca com cara de irmão metralha. Há fortes indícios de que, pelo menos em São Paulo, essa ou essas organizações criminosas operam diversos postos de abastecimento, com toda a gama de produtos que esses estabelecimentos comercializam. O consumidor, que nada suspeita, usa esse serviço, compra combustível e alimenta uma rede que não o considera cidadão, nem tampouco pagador de impostos.

É tudo muito surreal. Os criminosos sabem, por orientação de seus investidores e daqueles que os ajudam a lidar com os recursos escusos, que a atividade raiz ligada a crimes diversos é perigosa e incerta. É preciso, pois, diversificar a carteira de investimento, colocando recursos extras em outras atividades menos perigosas. Assim, os proscritos migram para atividades como transporte público, exploração de madeira e de minérios, setor imobiliário e outros em que seja possível lavar o dinheiro sujo de sangue.

Dizer que o Estado não sabia dessas mudanças feitas pelo crime organizado para setores lícitos da economia é ser cego às evidências e às denúncias que sempre existiram. O que surpreende é que, mesmo ficando a par dessas novidades, o Estado parece impotente para agir, sem saber como cortar o mal pela raiz. Não vai demorar muito para que essas organizações, que tanto mal causam à sociedade brasileira, migrem também para o setor do ensino, das farmácias, dos supermercados e de todas as outras atividades lícitas da economia, fortalecendo-se cada vez mais.

Por incrível que pareça, o Estado tem feito o que pode para ajudar nessa empreitada e na escalada do crime. Para isso, o Congresso cuidou de empurrar para frente o projeto que autoriza a exploração dos jogos de azar em todo o país, abrindo as portas para o jogo do bicho e para a instalação dos cassinos. Com isso, facilitará ainda mais aos proscritos a possibilidade de explorar livremente a jogatina e lavar todo e qualquer recurso oriundo dessa atividade. Ao mesmo tempo, o Judiciário vai tratar de descriminalizar o porte de maconha.

Dias atrás, a imprensa noticiou que o crime organizado tem colocado, à disposição de alguns políticos, sua frota de aviões para que suas excelências possam percorrer o Brasil sem ter que enfrentar o povão e os contratempos nos aeroportos do país. Como se vê, a cada dia, o errado vai se tornando mais parecido com o certo, a ponto de a gente não diferenciar um do outro. Pelo o que se verificou até aqui, sabe-se que cidades da Região Norte necessitam, assim como as metrópoles do Centro-Sul, de uma gigantesca força-tarefa, caso deseje, de fato, impedir o espraiamento do crime organizado por todo o território nacional.

Se nada for feito de imediato, não será surpresa quando os criminosos passarem a constituir um exército próprio, transformando o Brasil também numa área de influência e atuação das narcoguerrilhas. A história recente de nosso país tem demonstrado que, com dinheiro, tudo é passível de ser comprado, inclusive um país, enquanto dorme em berço esplêndido.

A frase que foi pronunciada:
“O criminoso, no momento em que pratica o seu crime, é sempre um doente.”
Fiódor Dostoiévski

Dostoiévski. Imagem: Tretyakov Gallery/Wikipedia

Obra de Victor Hugo
Renata Dourado, Vittor Borges, Érika Kallina, Gustavo Rocha, Rafael de Abreu Ribeiro e Rosa Benevides estiveram à frente da produção de O Corcunda de Notre Dame, o musical. O espetáculo foi superelogiado e o grupo mantém a promessa de um musical por ano, produzido pela Cia de Ópera de Brasília.

Cartaz publicado no perfil oficial da Cia de Cantores Líricos de Brasília, no Instagram

História de Brasília

Custa crer que o almirante Lucio Meira esteja trabalhando contra Brasília, mas seja como fôr, êle saberá o que está acontecendo, e tomará providências. (Publicada em 10.04.1962)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: #AriCunha #Brasília #CirceCunha #HistóriadeBrasília #Mamfil

Posts recentes

  • ÍNTEGRA

Fim da fome ou da corrupção?

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

1 dia atrás
  • ÍNTEGRA

Quando não há necessidade de currículum

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

5 dias atrás
  • Íntegra

Em busca da nascente

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

6 dias atrás
  • ÍNTEGRA

As portas da percepção

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

1 semana atrás
  • ÍNTEGRA

Na carteira de ativos digitais

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

1 semana atrás
  • ÍNTEGRA

O seu voto representa você?

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…

2 semanas atrás