ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Se prosseguimos em nossa marcha insana de destruição da terra sob nossos pés, em pouco tempo não restará lugar algum onde possamos sentar para ao menos refletir sobre nossos problemas do dia a dia. As grandes migrações que ameaçam todo o continente europeu, muito mais do que os conflitos mundiais, colocam em risco a estabilidade mundial, criando problemas geopolíticos de tal ordem que até mesmo os atuais organismos internacionais se vêm impossibilitados de resolver.
Num mundo interdependente, não há como fechar os olhos para essas questões globais. Mesmo nossos problemas internos, estampados diariamente nas manchetes de jornais, perdem sua importância e primazia diante do que vem se desenhando no planeta. As mudanças climáticas globais, da qual nós temos uma parcela imensa de responsabilidade pela forma criminosa como estamos lidando com o meio ambiente, trarão consequências para todos indistintamente. Cientistas que se debruçam em questões ambientais são unânimes em reconhecer que as alterações climáticas irão aumentar, sobremaneira, a vinda de estrangeiros para o Brasil, gerando problemas ainda maiores do que já enfrentamos. Mesmo aqui no Continente, o degelo dos Andes, já iniciado, provocado pelo aquecimento nas temperaturas globais, ao comprometer o abastecimento de água de muitas populações locais, irá provocar intensos movimentos migratórios de difícil controle.
As extensas fronteiras terrestres entre o Brasil e esses países do continente serão empurradas para dentro, com a ocupação massiva, não só da região amazônica, mas das regiões do Cerrado, indo engrossar, ainda mais, as periferias das grandes cidades do país.
Simultaneamente, enquanto esse movimento irá ocorrer com mais frequência de fora para dentro, internamente prosseguimos na destruição e no desmatamento da Amazônia e do Cerrado para atender ao mercado externo por commodities agrícolas. O século XXI será, sem dúvida alguma, uma época de encruzilhada e provações gigantescas, redesenhando o planeta e trazendo questões vitais para a humanidade, jamais pensadas.
Internamente, nossa política de migração terá que se adaptar às novas demandas mundiais, não sendo poucos aqueles que acreditam que haverá um endurecimento nessa questão, semelhante ao que já ocorre na Europa e nos Estados Unidos.
Para os ecologistas, haverá uma intensificação cada vez maior das secas e dos fenômenos como tornados e furacões, obrigando o grande deslocamento de populações. Populações de países como o Peru, Equador, Guiana, Colômbia, Haiti e mesmo a Venezuela irão, segundo os especialistas no assunto, exercer grande pressão sobre o Brasil, criando problemas que nem mesmo num futuro próximo teremos condições de solucionar.
O derretimento do gelo dos Andes, já visto hoje como o mais rápido e crítico de todo o planeta, prejudica, principalmente, aquelas cidades que fazem uso das águas dessas geleiras milenares. A questão dos imigrantes ambientais no continente é ainda um assunto que tem passado ao largo nas preocupações de nossas autoridades, mas a realidade que se anuncia, quando milhões de deslocados passarem a pressionar até mesmo a soberania nacional, mudará, obrigatoriamente, uma mudança de atitude.
Medidas já são urgentes. Antes que a calamidade seja global, não é possível ignorar os fatos ou improvisar no caos.
A frase que foi pronunciada:
“A luta contra o aquecimento global é mais do que uma questão ambiental. É condição essencial para fornecer ao mundo comida e água, para salvar a biodiversidade e proteger a saúde, para combater a pobreza e a migração em massa, para desencorajar a guerra e promover a paz ao final do dia, para dar ao desenvolvimento sustentável e à vida, uma chance.”
Laurent Fabius, ministro francês e presidente da COP 21
Políticas públicas
Dia 4 de julho, na sala Nexus da Enap (SAIS Área 2 A), pesquisadores lançarão o Caderno Capacidades Estatais para produção de políticas públicas. Serão apresentados os resultados da pesquisa sobre o perfil, funções e capacidade dos servidores públicos federais de administração direta no processo de produção de políticas públicas. As inscrições podem ser feitas no e-mail pesquisa@enap.gov.br.
Conjunto
Foram 375 internautas que elogiaram o estacionamento do Conjunto Nacional, na página do shopping. Realmente merece reconhecimento. É moderno, flui bem, tem espaço para os pedestres e o valor não extrapola a razão.
Lacuna
A Rádio MEC FM do Rio sempre nos envia convites para os concertos que promove. Bem que a rádio MEC AM de Brasília poderia se transformar em FM e continuar com a maravilhosa programação. Já que a Brasília FM deixou de ser cultural para apresentar uma programação totalmente sem sal, o espaço está aberto.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Goiânia da gente de Goiás velho, gente do Norte do Estado, gente de todos os Estados do país. Goiânia simpática, que abriga o forasteiro com o carinho de irmão, Goiânia dos flamboyants floridos, que esperam o aniversário da cidade para fazer as ruas amanhecerem com seu tapete de flores. Bom dia, Goiânia. (Publicado em 24.10.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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