Tevê chapa-branca

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Desde 1960

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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

Mais uma polêmica envolvendo o governo interino de Michel Temer está no ar, ou melhor, fora do ar. Trata-se da recondução do jornalista Ricardo Melo à presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A determinação foi feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli em caráter liminar, até o julgamento do mérito da ação pelos membros do tribunal. Melo tinha sido exonerado por Temer, em 17 de maio, que nomeou para seu lugar o também jornalista Laerte Rimoli. Houve um princípio de rebelião na empresa, com a eminência de substituição geral dos muitos nomes indicados pelo Partido dos Trabalhadores para comandar a EBC.

Apesar de o estatuto da empresa apontar para possível independência editorial da emissora, o fato é que ao longo da última década a estatal foi utilizada sistematicamente para fazer propaganda do governo. O uso dessa empresa como agência de propaganda dos ocupantes do Palácio do Planalto e de seu partido vinha chamando a atenção de todo mundo, tanto que a emissora era tratada como uma tevê chapa-branca, concebida nos mesmos moldes do antigo Departamento de Imprensa de Propaganda (DIP) do governo Getúlio Vargas, criado em 1939.

Criada em 2007 para coordenar as emissoras de televisão e rádio públicas federais, a EBC engloba, além da TV Brasil, a TV Brasil Internacional, rádios EBC (Rádios Nacional do Rio de Janeiro, AM e FM de Brasília, da Amazônia e do Alto Solimões, rádios MEC AM e FM do Rio de Janeiro e rádio MEC AM de Brasília), Agência Brasil, Radioagência Nacional e Portal EBC, além de prestar serviços para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República produzindo o canal TV NBR e o programa de rádio A voz do Brasil.

A criação da empresa veio, dentro do esforço que o governo Lula de “democratização dos meios de comunicação” — que na nova linguagem petista significava justamente o contrário —, favorecer as mídias que atuavam em favor do governo e contra toda manifestação da oposição. Como tevê chapa-branca que é, com Dilma ou Temer, o que a empresa estatal não conseguiu, ao longo de sua existência, foi manter-se dentro dos padrões e das exigências do livre mercado. Nesse setor a competição é feroz e altamente profissional.

A EBC, no máximo, conseguia a proeza de ser traço na audiência. Desprezada pelo público em geral, a empresa é mais um encargo desnecessário posto nas costas do contribuinte, que tem que arcar com os altos custos para manter uma TV que ninguém vê. Seja Laerte ou Melo, o melhor que o governo Temer tem a fazer, aproveitando a pendenga, é entregar a emissora para quem conhece do métier, privatizando essa e outras fontes de despesa que não interessam ao cidadão nem, principalmente, ao contribuinte.

A frase que foi pronunciada

“Quando recebo uma injúria, preciso erguer a minha alma tão alto que a ofensa não chegue até mim.”

René Descartes

Release

Um dos maiores especialistas em desenvolvimento e aplicação de lasers do país, o médico Rafael Nunes dá um passo importante para posicionar o Brasil como polo científico e tecnológico. Ele inaugura na próxima semana, em Belo Horizonte, o Centro Avançado de Ensino e Pesquisa para capacitar profissionais e fomentar a pesquisa da medicina estética. Na capital federal, o cirurgião plástico já tem trazido técnicas de ponta e exclusivas para a Clínica Dr. Laser, localizada na 107 Norte, onde atende.

Comida boa

Restaurantes comunitários vão ser valorizados na crise. Ainda com preços baixos, o governo pretende aumentar a oferta com mais refeições e pratos especiais em datas comemorativas.

Teias

Setores Fantasma Sul, Fantasma Local Norte. O número de lojas fechadas dá um ar doentio aos setores de comércio. Placas, faixas, telefones informando o fim dos negócios. A situação reflete o futuro sombrio que desponta.

Rios mortos

André Carvalho nos informa que, depois de seis meses do desastre em Mariana (MG), as condições de fiscalização das barragens de mineração em todo o território brasileiro preocupam sobremaneira o DNPM. Sem condições de monitorar as 662 barragens, o crime ambiental ocorrido em Mariana poderá se repetir.

Sucata

Desde maio de 2001, documentos registrados pelo Tribunal de Contas da União alertam para a situação de sucateamento do DNPM. Na página 9.490 do Diário do Senado Federal está à mostra dos quase 15 anos de denúncia para essa situação que mesmo depois da morte de um rio, continua a mesma.

História de Brasília

Amanhã começarão a chegar aqui os primeiros carros com a chapa RS. São parte do ritual e do rodízio por que vive a cidade. (Publicado em 7/9/1961)

Circe Cunha

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