Teatro Nacional

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

       Estamos a caminho de vir a lamentar por dez anos o fechamento do mais importante e icônico espaço cultural da capital do país. Pensar que Brasília, com toda a importância que possa ter para o país e para o mundo, mantem fechado, a mais de uma centena de meses, o Teatro Nacional, obra fincada bem no coração da cidade, é algo assustador e ao mesmo tempo motivo de desalento e frustração para toda uma classe de artistas, dentro e fora da cidade.

Eis aqui um modelo acabado do descaso com a cultura. Pensar também que, a pouco mais de dois quilômetros desse teatro magnífico, e que hoje serve como uma espécie de almoxarifado para o governo local, ergue-se imponente, desajeitado e inútil o mastodonte Estádio Mané Garrincha, onde caminhões de dinheiro dos contribuintes foram criminosa e desnecessariamente despejados, dói na alma dos brasilienses de bem.

       Não é por outra razão, que muitos consideram a bagagem cultural de um governante, um dos principais requisitos para todo e qualquer gestor público. De fato, nosso principal e mais belo palco para artes continua fechado porque as autoridades que tinham obrigação de cuidar desse patrimônio cultural de todos não entendem o significado do que venha a ser arte ou cultura.

Quando um cartão de visita, do porte do Teatro Nacional, permanece por tanto tempo esquecido e fechado, cheio de lixo e tralhas, o que se depreende é que estamos todos entregues em mãos despreparadas para tal missão ou sob a gestão de gente primitiva e tosca que despreza o universo da cultura. Gente, para quem artes e artistas de toda espécie devem ser deixados à própria sorte ou ao relento.

Não são poucos os brasilienses que se envergonham quando são perguntados, pelos visitantes, sobre o destino atual do Teatro Nacional e as salas Villa-Lobos, Martins Penna e Alberto Nepomuceno. O que teria ocorrido nos bastidores do governo local e da própria Câmara Legislativa para que esse Teatro tenha sido esquecido por tanto tempo? Não é normal, em país algum, só aos que estão mergulhados em guerra, deixarem-se ao abandono e à ruína, teatros dessa importância. Meninos e meninas que hoje andam por volta dos 10 anos de vida, desconhecem o Teatro Nacional seus espaços e sua importância. E isso é grave.

Muitos outros moradores locais, que poderiam ter a oportunidade de conhecer a arte nesse espaço espetacular, talvez nunca venham a ter essa experiência. Escolas, que antes organizavam caravanas de alunos para visitar e vivenciar esse espaço e suas apresentações, perderam essa oportunidade. O que acontece no interior desse monumento esquecido se reflete em seu entorno próximo. Entregue ao abandono e ao esquecimento duradouro, toda essa área belíssima, com seu paisagismo bem elaborado, transformou-se hoje em área de valhacouto de delinquentes e drogados, colocando, em grande perigo, quem ousa transitar na região.

Para os que se contentam com pouco ou se satisfazem com as promessas vãs de que aquele espaço vai voltar a vida em breve, resta admirar, de longe a arquitetura desse prédio monumental. Como uma casca de concreto a exibir, talvez, o período mais fértil de criação do arquiteto Oscar Niemeyer, o Teatro Nacional, por qualquer ângulo que se aviste, é uma obra e uma escultura de arte por si só, a iluminar as tardes e a noite da capital, sinalizando no horizonte a promessa de que seu interior e sua alma ainda hão de voltar a vida, renascendo das ruínas do abandono.

A frase que foi pronunciada:

“O teatro é o primeiro soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia.”

Jean Barrault

Jean Louis Barrault. Foto: Coleção Fotografias de Carl Van Vechten da Biblioteca do Congresso dos EUA

Pelo DF

Em toda essa festa da posse dos novos senadores, o comentário no cafezinho é a falta que o representante do DF, Reguffe, vai fazer. Como exemplo de parlamentar que abriu mão de todas as regalias, inclusive plano de saúde, mostrando a perfeita harmonia e ritmo entre discurso e prática.

Senador Reguffe. Foto: senado.leg.br

IFB

Uma herança recebida pela capital do país é o Instituto Federal de Brasília. Com campus em várias regiões administrativas, é lá que o estudante que quer crescer profissionalmente encontra os primeiros caminhos. São centenas de vagas gratuitas de formação inicial e continuada, desde moda à robótica.

IFB. Foto: Divulgação

Dez anos

Quem está feliz da vida com a mudança na rotina é Claudia Lyra. Hoje, é gerente de Relações Institucionais da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, CNseg.

Arte: cnseg.org

Boas vindas

Segunda-feira será o grande dia para a Saúde do DF. Dentistas (125), Médicos (447), Especialistas (454), Enfermeiros (220) serão nomeados para reforçar o atendimento à população.

Cartaz: divulgação da SESDF

História de Brasília

Há uma lei no Brasil, segundo a qual todos os prédios de mais de três andares, devem ter caixa coletora de correspondência para cada apartamento, separadamente, no térreo. (Publicada em 15.03.1962)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: #Abandono #AriCunha #Brasília #CirceCunha #CLDF #GDF #HistóriadeBrasília #Mamfil #TeatroNacional

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