Tanta terra e tudo tão caro

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Foto: blog.aegro

São tantas e tão complexas as variáveis que envolvem o chamado agronegócio, que seria necessária a convocação, pelo Congresso Nacional, de uma longa e bem detalhada audiência pública, que discutisse em profundidade, ao longo de toda uma legislatura, apenas essa questão. Razão para uma tão prolongada discussão existe aos milhares, sendo que a maioria ainda está suspensa no ar.

É absolutamente necessário ouvir atentamente todos os envolvidos nesse tema, que é muito mais do que o carro chefe da economia nacional, responsável pelos ganhos na balança comercial. Trata-se de um setor que tem ligação direta com o futuro das próximas gerações de brasileiros e do país, e isso já é mais do que o suficiente. O açodamento que faz com que as autoridades cedam paulatinamente às exigências desse poderoso setor apenas para fazer caixa, tapar rombos e combater a crise econômica, pode comprometer não só a viabilidade dessa atividade, mas trazer prejuízos incalculáveis e irreversíveis ao meio ambiente e aos futuros brasileiros.

A terra, ao longo da história humana, tem sido, desde os primórdios, o primeiro e o principal capital de todas as civilizações, responsável direto pela sobrevivência da espécie. Sem a garantia de posse e controle desse bem natural, sociedade alguma ousou sobreviver. Foi das margens férteis do Vale do Rio Nilo que floresceu a civilização egípcia. Foi do encontro das águas dos Rios Eufrates e Tigre que outros humanos alcançaram o estágio de civilização, com a Mesopotâmia. Tem sido assim desde sempre.

O imenso legado, em forma de um continente quase inteiro, deixado pelos colonizadores portugueses aos brasileiros, requer, de nossa parte, uma enorme e crucial responsabilidade, pois é essa a nossa maior riqueza e possivelmente o salvo-conduto para a sobrevivência de nossa gente, num mundo cada vez mais populoso e faminto.

Portanto essa é uma responsabilidade que transcende governos de plantão, se estendendo até o horizonte do futuro. Colocado apenas dessa forma, fica difícil entender, de fato e tecnicamente, a profundidade do tema. É preciso deixar claro, no entanto, para toda a população, que essa é verdadeiramente uma questão vital para todos os brasileiros. O agronegócio, conforme vem sendo aceleradamente estruturado ao longo dessas últimas décadas, nem de longe é compreensível pelos brasileiros, que desconhecem seus mecanismos, seu alcance e o quão profundamente essa atividade está associada a questões vitais como soberania, meio ambiente, sobrevivência.

O que a maioria sabe vem de propagandas oficiais ou não e outras veiculações puramente comerciais, que ressaltam as maravilhas de um setor que adentra pelo Bioma Cerrado, pelo Pantanal e pela Floresta Amazônica, pondo em destaque a expansão interminável das fronteiras agrícolas, com a soja, o milho, o algodão e outras espécies oleaginosas substituindo e dizimando a vegetação nativa.

Atrás desse “progresso” ou do avanço da poeira, vem o gado, penetrando pelas matas, transformando florestas em pastagens. O que a maioria das donas de casa sabem sobre esse gigantesco negócio, que está transformando o País num grande celeiro mundial, vem justamente nos preços estratosféricos desses produtos vendidos no mercado interno. A carne é um grande exemplo desse fabuloso negócio, que sob o nome de commodities é vendida nos mercados do país pelo preço do dólar daquele dia.

A culpa é sempre da alta demanda externa por alimentos. A China é a responsável. Especialistas no assunto já preveem que, num futuro próximo, a demanda do país asiático elevará ainda mais os preços dos alimentos. É na gôndola do mercado que as razões para a subida nos preços dos alimentos são mais sentidas e menos compreendidas. É aí que entram as tais múltiplas variáveis que fazem do agronegócio, uma caixa preta, cheia de surpresas.

Para turbinar essa escalada de preços, aumento de demanda mundial, restrições de ofertas e outras incógnitas de difícil solução, o aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas elevam às alturas tanto as incertezas sobre o futuro como os preços do pão de cada dia.

A frase que foi pronunciada:

“Os interesses particulares fazem facilmente esquecer os interesses públicos.”

Montesquieu, escritor, filósofo e político francês

Reprodução da Internet

Rádio

Professor Nagib Nassar compartilhou um link espetacular que permite ouvir qualquer rádio do mundo. Acesse no link Radio Garden.

Agenda

Super disputada pelas crianças a Casa do Papai Noel da CAIXA. Muitos espaços para brincar e colocar todos os sentidos em atividade. Vale a visita com a meninada.

Foto: divulgação

Pirata

Louvado e adorado pela população de Brasília, o transporte pirata ganha cada vez mais espaço na cidade. Não fosse a raridade de ônibus e a impontualidade, os passageiros estariam mais seguros.

Foto: Antonio Cunha

Viagem

Antes de comprar passagem esteja certo da documentação relacionada às crianças.

Foto: aeroportoguarulhos.net

BRASÍLIA

É comum o cancelamento de voo por deficiência técnica. (Pouco passageiro para embarcar). É comum o atraso de aeronaves, durante horas. É comum a substituição de equipamento à última hora. Tudo isto, sem que a empresa relapsa se sinta na obrigação da mínima explicação ao passageiro. (Publicado em 12/12/1961)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: #AgriculturaNoBrasil #CeleiroDoMundo #EconomianoBrasil #HistóriadeBrasília #MinistérioDaAgriculturaeMeioAmbiente #MinistérioDaEconomia AriCunha Brasília CirceCunha mamfil

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