O dragão de Pan Ku

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Kim, 2021.

 

Das inúmeras heranças amaldiçoadas, legadas pelos destrambelhados governos petistas, nenhuma outra tem sido mais deletéria e nefasta ao nosso país quanto aquela que reconheceria, pelos enviesados e vazios caminhos da ideologia, o status da China como economia de mercado. Com isso, de uma penada, em novembro de 2004, o governo empurrou, de uma só vez, e sem qualquer estudo preliminar de risco, todos setores da economia interna brasileira para o campo minado do comércio chinês, controlado, de modo camuflado e estratégico, pelo partido comunista daquele país.

De lá para cá, o que se viu e se vê por toda a parte é a invasão avassaladora dos produtos chineses, de duvidosa qualidade, em toda a cadeia produtiva do país, com prejuízos seríssimos, não só às indústrias nacionais, mas a todo processo de produção, que, da noite para dia, parece ter recuado aos tempos da total dependência externa. Não seria exagero considerar hoje que nosso país passou a integrar, juntamente a outras nações financeiramente quebradas do ocidente, a grande carteira de investimentos da China. Existe, inclusive, quem prefira falar num restabelecimento de uma espécie de neocolonialismo, em que o governo central da China passa a explorar, de modo cabal, o que seriam suas novas colônias no Ocidente.

Já foi dito aqui que, por detrás dessa estratégia mista entre economia e política expansionista, está o fato de a China ligar pouco para investimentos tradicionais, preferindo a compra pura e simples de alguns setores importantes das economias dos países. Assim é que eles preferem assumir o controle acionário, ou mais diretamente todas aquelas áreas ligadas aos bens de produção, indo também, com grande sede ao pote, aos setores de infraestrutura dos países, onde o poder de barganha e pressão é muito maior e onde os limites para os lucros, simplesmente, não existem.

Nesse capítulo, os grandes empresários chineses, pretensamente donos das grandes empresas privadas, funcionariam como testas de ferro dos dirigentes do Partido Comunista Chinês (PCC), numa pantomima que os igualariam aos empresários do Ocidente. Tão logo demonstrem alguma independência ou sinal de rebelião, são prontamente postos de lado, acusados de corrupção e crimes. De fato, absolutamente nenhuma empresa chinesa, seja de qualquer setor, está livre da influência pesada do governo, devendo todo o esforço econômico ser orientado segundo objetivos traçados pelos dirigentes partidários. Essa é, na visão dos economistas, o mais definitivo e acabado conceito de capitalismo estatal, onde todo o potencial da economia é voltado para objetivos estratégicos de dominação expansionista.

De acordo com dados fornecidos pelo próprio Ministério das Relações Exteriores, entre 2003 e 2019, os chineses ingressaram no Brasil mais de US$ 72 bilhões, ou seja, 37,3% do total investido por outros grupos estrangeiros. Ao contrário de outros países investidores, os chineses preferem comprar participação em setores inteiros da economia, seja na área do pré-sal, nas hidroelétricas, no que for, que possa garantir domínio e poder de pressão. É desse modo que se age e é assim que se garante sua aceitação na Organização Mundial do Comércio (OMC) como economia de mercado.

Trata-se, no jargão popular, de “um jogo bruto”, com visão de médio e longo prazo e que pode ser resumido na palavra domínio. Ainda é incerto se a disseminação do vírus da Covid-19 pelo mundo fazia parte dessa grande estratégia de hegemonia e dominação, mas, em todo caso, o que é fato é que, com isso, as economias de todo o mundo, ao contrário da chinesa, foram à bancarrota e tornaram-se mais vulneráveis ainda e mais sujeitas à pressão do dragão chinês.

A frase que foi pronunciada:

Dica para a PM: Um casal tem feito uma festa dentro dos ônibus da linha 0.101. Sem vigilância, furtam celulares e o que estiver fácil. Sem agressão, sem violência.

Imagem: inforbrasilia.com

Espaço Público

Nada como uma pandemia para deixar os órgãos de administração e vigilância adormecidos ou fora de combate. Em plena luz do dia, operários erguem um barracão de madeira no comércio local do Lago Norte, ao lado do supermercado Pão de Açúcar. Nenhuma iniciativa da Administração Regional ou da Brasília Legal foi tomada. Talvez estejam esperando a obra ficar pronta para destruir, o que causa mais estrago.

Liberar

Agora com o home office instituído e a calmaria no trânsito, fica sem sentido impedir os moradores das primeiras quadras pares do Lago Norte de fazer o retorno no local, que foi criado para isso e impedido por canaletas instaladas.

Captura de imagem em março de 2020. Reprodução: Google Maps.

Contra mulheres

Foi preciso que Kelli Patrícia da Luz criasse a Associação de Mulheres Vítimas do Essure Brasil (Amveb) para buscar justiça às pacientes que fizeram implante com esse contraceptivo, autorizado pela Secretaria de Saúde do DF. Na verdade, mulheres de todo o mundo protestam contra o Essure da Bayer. No Reino Unido, o Sistema de Saúde Pública é similar ao brasileiro. O Essure era uma alternativa não cirúrgica aos métodos de esterilização. Depois das dores crônicas nas pacientes, intoxicação por níquel, órgãos perfurados e até a necessidade de histerectomia, o escritório PGMBM, líder em ação coletiva, responsabilizou a Bayer pelos estragos, ganhando a causa na justiça em favor de milhares de mulheres afetadas. A Secretaria de Saúde do DF não reconhece o problema.

Audiência pública com usuárias do contraceptivo Essure, em abril de 2021. Reprodução: CLDF.

História de Brasília

Ainda sobre os cartórios, resta agora, que tomem providências para que não haja morosidade proposital nos casos de casamentos gratuitos. (Publicada em 04.02.1962)