VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Entre os muitos dialetos técnicos existentes dentro da máquina do Estado, depois do “juridiquês”, falado nos tribunais, por juízes e advogados, o “economês” é também a língua cada vez mais ouvida pelos brasileiros, que desconhecem, contudo, o significado de cada palavra e as repercussões que cada expressão dessas trarão para o cotidiano de cada um. Na verdade, essa “novilíngua” e suas variantes, foram construídas com muito esmero, justamente para não serem entendidas pelo cidadão comum.
Trata-se de uma cartilha, redigida estrategicamente pelos altos burocratas, com vistas a esconder, ou a não tornar claras, o emaranhado de medidas que todos os dias escoam de cima para baixo. De fato, a clareza da linguagem e da comunicação que, em situações normais, serviriam para diluir fronteiras e distancias entre a população e o governo, tornando a transparência dos órgãos públicos algo absolutamente normal, tem nessas linguagens, burocraticamente rebuscadas, um mecanismo de vetar o acesso do povo bisbilhoteiro ao que se passa nas entranhas do Estado
Somado a esse estranhamento na linguagem, ainda há outros empecilhos de ordem puramente formal e que são erigidos com o propósito de manter a distância entre a plebe rude e os altos escalões. Obviamente que sem conhecer a colocação certa de pronomes de tratamento no trato com as autoridades, o leigo se vê impedido até de dizer bom dia.
Esse caso específico, registrado em vídeo e que correu todo o país, ilustra de forma cabal a tentativa de manter o pobre do cidadão numa posição propositadamente inferiorizada, de forma a impor uma hierarquia artificial e odiosa e que em nada contribui para as relações humanas, muito menos em pessoas que se acreditam ilustradas. A liturgia do cargo não pode ser confundida com afagos ao ego. Ninguém deve ser obrigado a isso.
De fato, num país tão surreal como o nosso, um verdadeiro acinte. Escudados por uma linguagem hermética, acessível apenas a iniciados, blindados por todo o tipo de leis que dão a esses burocratas mais intocabilidade que certas castas da Índia antiga, cercados de bajuladores e de mordomias celestiais, o medo e o próprio repúdio das ruas fazem deles pessoas que fluem apenas pelos labirintos e corredores secretos do poder, cercados de um verdadeiro exército de seguranças, prontos para agir e com licença para atirar. Eis aí um retrato acabado e razão maior de nosso atraso histórico.
A frase que foi pronunciada:
“Exigir que as pessoas usem os pronomes de tratamento como Vossa Excelência, por exemplo, é apenas um lapso da consciência de que o você, o Senhor, o Doutor, a Eminência e Vossa Excelência servirão às minhocas do sepulcro exatamente da mesma forma.”
Dona Dita, botando o dedo na ferida das Injustiças Sociais.
Posse
Frei João Benedito Ferreira de Araújo é o novo pároco do Santuário São Francisco de Assis, da Arquidiocese de Brasília. Volta depois de mais de uma década de estudos na Itália. Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília, foi quem celebrou uma bela missa de duas horas, muito concorrida.
Trigo
Por falar em missa, os intolerantes à glúten não podem comungar. O Dr. Juliano Pimentel explica o que deve ser feito, por volta dos 28 minutos e 40 segundos de vídeo.
E-book
Olimpíadas da Língua Portuguesa – Escritos em verso, prosa, memória ou opinião, os textos dos alunos finalistas da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa viraram um e-book recheado de histórias dos lugares onde vivem essas crianças e jovens de diferentes regiões do Brasil. Confira em Escrevendo o Futuro.
Clube da Bossa
Marcar no calendário o Dia Nacional da Bossa Nova e o aniversário de Tom Jobim. O Clube da Bossa leva ao Carpe Diem Garden no CCBB o clima da data. O almoço musical “Bossa Nova Day” com a cantora Lúcia Maria, com direção e violão de Agilson Alcântara, além do baixista Dennes de Sousa e na bateria Pedro Almeida. Couvert R$15, a partir das 11h30 no sábado, dia 25.
Estranho
Um mistério aquela igreja Universal da Entrequadra 514/515 Norte. Ninguém entra, nem sai.
À frente
É bom levar os portugueses a sério. Na Loja do Cidadão, o Na Hora de Lisboa, um aviso aparece no celular de quem pegou senha quando faltam apenas algumas pessoas à frente para o atendimento. Isso permite o deslocamento do local, desobrigando o cidadão a ficar horas aguardando a vez numa cadeira.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A agência do Núcleo Bandeirante do DCT abre à hora que o chefe quiser. Avolumam-se as reclamações contra aquela repartição. (Publicado em 14/12/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…