VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Quem não aprende a seguir o caminho correto, a partir da observação e dos efeitos negativos dos próprios erros, está condenado a seguir errando e sentindo, na pele, os efeitos de suas escolhas.
Infelizmente, o Brasil se enquadra nesse caso. Décadas após décadas, com idas e vindas de governos diversos, nosso país segue cometendo os mesmos erros do passado na área econômica. Com isso, continua amargando as consequências de suas opções, com as sucessivas crises geradas por escolhas mal feitas e por planos econômicos mal desenhados.
O único plano econômico digno desse nome, posto em prática em nosso país, foi o Plano Real, elaborado pela então equipe econômica durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003). Antes desse plano, feito sob medida e em três fases distintas e bem elaboradas, o Brasil só conhecia os chamados choques na economia, com ações feitas de maneira abrupta e em cima do laço, visando domar, à força, a altíssima e persistente inflação.
Passadas três décadas desse Plano, a avaliação mais próxima da realidade que pode ser feita é que, de lá para cá, o país desandou. Hoje, o que parece é que voltamos aos anos anteriores daquele plano redentor, sem crescimento econômico, com inflação em alta e com as contas públicas em estado terminal.
O que é preciso ressaltar, como causa primária desse descaminho que nos conduziu onde agora estamos, é que foram as escolhas políticas que empurraram para esse novo beco sem saída. Como bem lembrou um dos principais idealizadores do Plano Real, o economista Edmar Bacha, a fase posterior ao plano e que daria suporte longevo àquelas medidas não foI concluída. A razão é que, terminado o governo FHC, seu sucessor tratou de pôr um freio em todo o plano, virando completamente a mesa e empreendendo o que Bacha chama de “desreformas”.
Foram quinze anos seguidos de “desreformas”, culminando com as chamadas pedaladas fiscais, que visavam maquiar e esconder os rombos nas contas públicas. Deu no que deu. Assim, temos que a ação política tendenciosa cuidou de arruinar economicamente o país. O mote para a destruição da economia foi a guerra declarada à economia liberal, erroneamente cunhada de neoliberalismo. Tudo o que soava como livre comércio foi posto abaixo, por puro voluntarismo. Todo e qualquer país que logrou se libertar da fase de subdesenvolvimento tratou de fazê-lo em etapas e de modo contínuo e persistente, visando cumprir planos pré-elaborados em detalhes, pois havia sempre presente a perfeita noção de que a saída para o desenvolvimento pleno requer um longo período de planejamento e manutenção.
Nós, ao contrário do restante do planeta, queremos reinventar a roda, mudando, a cada novo mandato, o que foi feito no governo anterior. Obviamente que esse faz e desfaz sem fim não leva a lugar algum e ainda vai empurrar o país ladeira abaixo. O pior é quando não assume sequer ter um plano econômico e, ainda assim, passa a desprezar elementos básicos como receita e despesa.
O que, talvez, as novas gerações não saibam é que, para tirar o Brasil do buraco, antes do Plano Real, foi preciso a formação de uma verdadeira junta médica, no caso, aqui, formada pelos mais brilhantes economistas do país, todos convencidos da necessidade de salvar o país do iminente naufrágio econômico.
Nesse caso, tratavam-se de de economistas com notório saber nessa ciência. Todos eles sabiam que os oito anos de mandato de FHC seriam pouco tempo para que o Plano Real adquirisse vida própria, tornando o crescimento econômico do país um fenômeno natural e de vida longa. Infelizmente, por razões ainda pouco esclarecidas, o sucessor de FHC não foi José Serra, que seria o nome ideal para dar prosseguimento ao Plano Real. Ao invés disso, veio um governo do contra tudo e todos. Novamente, a política, naquilo que tem de mais distante da realidade, cuidou de desmanchar o plano e, com ele, o futuro do pais.
A frase que foi pronunciada:
Por que é que uma discussão pública sobre política económica mostra tantas vezes a ignorância abismal dos participantes?
Robert Solow, Prêmio Nobel
Quem não?
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História de Brasília
Custa crer que o almirante Lucio Meira esteja trabalhando contra Brasília, mas seja como fôr, êle saberá o que está acontecendo, e tomará providências. (Publicada em 10.04.1962)
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