Síria, guerra por ações e omissões do mundo

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DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha com MAMFIL

Nas guerras, a primeira vítima é sempre a verdade. A frase atribuída ao dramaturgo grego Ésquilo (século 6 a.C) permanece atual e pode ser facilmente empregada para descrever também o que vem ocorrendo com a Síria nos últimos anos. Os números relativos ao conflito são desencontrados, mas dão conta que, em 5 anos, meio milhão de pessoas, a maioria civis, foram brutalmente mortas. Com cinco milhões de refugiados desesperados e dispersos pelos quatro cantos do planeta e um país praticamente arrasado, a Síria é hoje um país literalmente em escombros. Destroços espalhados por toda a parte simbolizam muito mais do que a falência dos organismos internacionais para resolver questões humanitárias urgentes.

Os escombros são verdadeiros monumentos à insanidade humana a revelar, em pleno século 21, que os homens ainda não abandonaram totalmente a fase da selvageria. Enquanto crianças, mulheres e idosos vão sendo triturados impiedosamente pelo poderio letal dos armamentos ultramodernos, nos salões atapetados de organismos, como as Nações Unidas, entre tapinhas nas costas, cafezinhos e outras amenidades da civilização moderna, discute-se a oportunidade de se aplicar sanções ou reprimendas ao ditador sírio Bashar al-Assad.

A situação dá uma mostra clara da inoperância da ONU, dominada pelas grandes potências, para resolver questões de conflitos armados pelo mundo. Enquanto a questão não chega a bom termo no âmbito diplomático, o que se tem é a poderosíssima indústria de armamentos — justamente dos países que compõem o Conselho Permanente de Segurança da ONU, a saber Estados Unidos, Rússia e China — faturando de acordo com o tamanho do conflito, o tempo de duração e o número de mortos.

Em paralelo, correm questões intrincadas, discutidas no conforto alienador das altas esferas, o grupo terrorista Estado Islâmico, que tem dado mostras do horror ao mundo civilizado, continua se aproveitando dos impasses e vai estendendo seu poderio e preparo militar, para (quem sabe?) partir para novas estratégias.

Para uma guerra que já entrou para a história dos grandes genocídios humanos, o conflito na Síria poderá ensejar, em breve, a instalação de um tribunal internacional de crimes de guerra, onde todos os envolvidos, direta e indiretamente, vão se sentar no banco de réus, na condição de acusados de genocídio. Absolutamente nenhuma análise sobre o conflito na Síria teria mais força de traduzir o que se passa naquela triste nação do que a foto estampada na edição de domingo (25/09) do CB, mostrando sírios num hospital da cidade de Aleppo, dizimada pela bestialidade dos seres humanos modernos e seu interesses.

A frase que foi pronunciada

“A política é uma guerra sem derramamento de sangue, e a guerra, uma política com derramamento de sangue.”

Mao Tse-Tung

Reguffe

» “Essa proposta de anistiar o caixa 2 de campanha é um verdadeiro tapa na cara do cidadão honesto do país.” A declaração do senador que representa o DF traduziu o pensamento da nação. Os senadores não disfarçam o incômodo que Reguffe causa por uma razão muito simples. Se os colegas abrissem mão de tudo o que ele abriu
como senadores economizariam R$1,2 bilhão ao erário.

Onze estrelas

» Está pronto o segundo livro da artista plástica Célia Estrela “Mesas de Natal”. En 5 de outubro, às 19h, na praça central do Casa Park. Célia Estrela projeta a sua luz para o trabalho. Consegue o que pouquíssimos conseguem: uma elegância natural.

Amigo

» Rangel Cavalcante não está mais entre nós. Jornalista de primeira linha, linguagem cativante, foi um defensor do Nordeste, como poucos. São coisas do destino que fogem à compreensão. Nossos sentimentos e abraço à família.

Aventura

» Aconteceu anos atrás em uma agência bancária do Lago Norte. Todos os clientes em silêncio na fila, estampando tédio no rosto. De repente, uma ratazana enorme bate várias vezes no vidro, de certo tentando entrar. Bastou um grito para a atmosfera mudar. Quando o rato desistiu do intento, todos começaram a conversar animadamente. Até o ponteiro do relógio pareceu andar mais rápido.

História de Brasília

Ninguém nega ao sr. Mauro Borges uma excelente folha de serviços prestada à nação em muitas horas, de dificuldade ou de calma. E é acreditando nesse espírito de renúncia, e de homem público, que fazemos um apelo em nome de Brasília. (Publicado em 15/9/1961)

Circe Cunha

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Circe Cunha

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