VISTO, LIDO E OUVIDO, coluna criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Nas aulas, onde eram ministradas a disciplina denominada “Organização Social e Política Brasileira”, comumente chamada de OSPB, os alunos do antigo ensino médio, aprendiam, entre outras importantes lições, a definição e o significado precisos de uma série de conceitos como, Estado, País, Nação, Governo, Partido, Ideologia, Poder e outros.
De posse dessa informação o aluno podia entender, com mais clareza, algumas regras básicas e as estruturas que davam e dão sentido ao Brasil, e fazem desse grande país o que ele é. Assim ficavam sabendo que o País é a parte física e que, em sentido figurado, serve de cenário onde atua a porção humana ou os atores, chamados aqui de nação.
A esses elementos se agrega o que se chama de Governo, que age como uma espécie de maestro a reger esse conjunto ou orquestra. A junção de País, Nação e Governo, formam um só elemento, denominado Estado. Dessa forma o Estado, ao englobar o País, a Nação e o Governo, passa a ser entendido como uma entidade única e jamais dissociado de suas partes.
Colocado didaticamente dessa maneira, ficam entendidas algumas premissas básicas, mas que comumente, por ignorância ou mesmo má-fé, são propositadamente deixadas de lado, como a que ensina que o governo não é mais importante ou está acima da nação.
Outro entendimento primário é que a nação não pode ser subjugada pelo Governo. O governo não é dono do País. O país pertence à Nação. A Nação é soberana, o que no dizer da Carta Magna, significa que todo poder dela emana e em seu nome deve ser exercido. Em suma, os alunos aprendiam uma importante lição: o Governo trabalha para a Nação, administrando suas riquezas, distribuindo justiça, cuidando para que a Nação alcancem os melhores índices de desenvolvimento.
Pelo fato de o Estado brasileiro traçar seus destinos com base no regime republicano, fica entendido que as eleições, para a alternância do poder, são fundamentais e o melhor meio de administrar o Estado. Além disso, fica claro também que nesse regime, os bens e riquezas produzidos, ou a coisa pública, possui apenas um dono e herdeiro: o povo brasileiro, sendo inadmissível e mesmo criminoso, que o governo faça uso dos bens e das riquezas da população em proveito próprio.
Um dos problemas, desde sempre, com boa parte das lideranças políticas, além da pouca instrução e da baixa escolaridade, é que muitos desconhecem esses princípios básicos e agem à margem do que mandam as leis, causando sérios danos à população. Até mesmo um aluno mediano na disciplina de OSBP, podia presumir que o subdesenvolvimento crônico e persistente do Brasil, tinha em suas origens na baixíssima qualidade moral e cognitiva das elites dirigentes que compunham o Governo, aqui subdividido em Executivo, Legislativo e Judiciário.
Para esses estudantes, apenas pelas definições desses conceitos, ficava explícito que as elites, que no Governo, cuidavam, desde sempre, de administrar o Estado, não somente não conheciam o Brasil, como desconheciam a própria a nação brasileira, a quem tratava como subalterna e útil apenas em época de eleição.
Também, por meio dessas lições, era aberta uma janela ampla, por onde os alunos começavam a perceber que estavam na população também as raízes desse divórcio litigioso entre Governo e Nação, já que ela não conseguia enxergar sua importância e sua posição dentro do Estado.
Até mesmo o pessoal da administração e que ficava nos arredores cuidando da manutenção da escola, ao escutar algumas dessas aulas, parava suas atividades e se punha a pensar nessas questões. Por certo muitos desses que estão hoje em posição de prestígio nos governos, não tiveram aulas de OSPB ou encaravam essa disciplina como supérflua. O resultado está aí.
A frase que foi pronunciada:
“Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria.”
“Os operários não têm pátria.”
Benjamin Franklin e Karl Marx
Estranho
No berçário do Hospital Anchieta em Taguatinga, e na UTI Neonatal as enfermeiras com luvas, colocam o dedo mindinho na boca dos nenês para parar o choro.
Diante do passado
Antônio Carlos Magalhães seria uma oposição interessante nos tempos de hoje. Como pouca coisa mudou, basta ler as notícias da época da CPI do Judiciário.
História de Brasília
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