Sem plano piloto

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Criada por Ari Cunha desde 1960

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com Circe Cunha e Mamfil   02

Moradores de Brasília, sejam eles residentes nas áreas tombadas pela Unesco, ou mesmo das diversas regiões administrativas que compõem o Distrito Federal, já puderam perceber, com a desagradável sensação de desalento, que o Poder Público da capital, já não consegue deter o avanço assustador de invasões das áreas públicas. Agora já não são somente os grileiros e outros grupos organizados e orquestrados por políticos locais a invadir e tomar posse de terras públicas nos quatro quadrantes da cidade. Indivíduos também invadem acreditando na impunidade.

Onde quer que haja terras com vegetação nativa ou mesmo ajardinada e sem construções ao redor, ali mesmo é que serão parceladas as porções de terras para serem criminosamente revendidas aos interessados. Enquanto esse processo perverso segue sem muitos contratempos e repressões, também as áreas verdes do Plano Piloto, concebidas dentro do projeto original da capital, conforme a ideia de cidade-jardins defendida pelo modernismo urbano, vão sendo ocupadas por construções de barracos de lata, transformados em comércio alternativo.

Não bastassem esse lento desvirtuamento e destruição de uma capital planejada, diversas áreas espalhadas pela cidade, passaram a servir como abrigo para moradores de rua, que acorrem de todo o país para a capital, nesses últimos meses. Par piorar uma situação, que em si mesma já é alarmante e tende a piorar a cada dia, agora o próprio Supremo Tribunal Federal, dentro da sua nova roupagem política auto imposta de indutor da história do Brasil, proibiu a remoção de pessoas em situação de vulnerabilidade, em todo e qualquer espaço público do Distrito Federal.

 Com isso, as poucas ações que vinham sendo comandadas pelo Governo do Distrito Federal, para remoção dessas pessoas, ficou reduzida a zero. Não precisa nem dizer que o caos e o descontrole tomaram conta da cidade, com a proliferação desses moradores em toda a parte, principalmente no Plano Piloto, onde as áreas verdes e sob a proteção e sombra das árvores, famílias inteiras vão se estabelecendo em barracos improvisados de lona ou de restos de madeira.

 Também não é preciso mencionar aqui que as extensas áreas verdes que cercam todo o plano piloto, formam um convite, irrecusável, para instalação desses novos moradores. Não será surpresa se em pouco tempo essas áreas sejam ocupadas definitivamente pela população de rua, que não para de aumentar.

 Com um processo acelerado como esse, de desfiguração paulatina da capital, e aproveitando o fato de que o atual governo, tem sua vertente política voltada basicamente para o atendimento das reivindicações das populações de baixa renda, as ações do poder público local, além de limitadas, estão cerceadas pela justiça.

De mãos atadas e mesmo impedido de reagir, o GDF ainda não jogou a toalha, mas há quem aposte que daqui para frente será cada vez mais difícil manter um mínimo de urbanidade na capital.

A frase que foi pronunciada:

“Um náufrago no mar estava afundando pela terceira vez quando avistou um navio que passava. Reunindo suas últimas forças, ele acenou freneticamente e pediu ajuda. Alguém a bordo olhou para ele com desdém e gritou de volta: “Pegue um barco!”

Daniel Quinn, Além da civilização: a próxima grande aventura da humanidade

Sem sentido

Em pleno trecho 8/9 do Setor de Mansões do Lago Norte brota da terra uma construção onde não há conexão com as ruas num lote onde não existe no geoportal. Em breve chegará a conta de água, luz e IPTU. Não importa se está em área verde.

Neoenergia

Por falar nisso, falta luz constantemente nesse setor. Apesar das chamadas a demora no atendimento é praxe.

SLU

Uma capivara enorme foi atropelada na estrada parque Paranoá Norte. A solução foi jogar no mato porque o SLU também não atendeu a solicitação.

STF

Remoção forçada de pessoas em cenário de vulnerabilidade está proibida pelo STF. Mas até agora ninguém tentou erguer uma lona na SQS 313.

Jogão

Gama Master e convidados especiais reinaugurarão o Bezzerrão. O Estadio Valmir Campelo Bezzerra estava em reforma há 3 anos. Sábado, dia 21 às 14h. A entrada é 1kg de alimento.

História de Brasília

Com esta medida, a Justiça recebe o apoio de tôda a cidade, e, particularmente, do comércio de Brasília. A valorização do uso de cheque tem que ser defendida, e a sua moralização é necessária. (Publicada em 24.03.1962)

Circe Cunha

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Circe Cunha

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