Respeitável público, o espetáculo continua

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil

Foto: piadavisual.blogspot.com.br
    Da trincheira dos atingidos pelas flechadas de bambu do Ministério Público e da Polícia Federal, surgiram expressões como espetaculização, punitivismo e outras palavras há muito escondidas nos dicionários. A sequência de novas terminologias de impacto tinha como estratégia passar a ideia de que as investigações, as conduções coercitivas, os depoimentos, as audiências, condenações e outros procedimentos inerentes aos processos judiciais visavam, unicamente, atingir e expor aos holofotes da mídia dirigentes e outras importantes lideranças políticas.
    Para incendiar ainda mais uma República, que já começava a arder em chamas, as mídias sociais, uma inovação ainda incipiente entre nós, começaram a trocar tiros dos lados desse front, criando e alimentando, a cada dia, um ambiente de cisão e antagonismos jamais visto.
    A situação peculiar da política nacional, imposta pelo instável presidencialismo de coalizão, ao unir a esquerda mais radical com a direita mais retrógrada, tanto para administração desastrada do país quanto para o cometimento de um rol de crimes comuns, erigiu uma nova espécie de batalha na qual aos dois lados podiam ser imputados graves crimes de guerra.
    Desse amálgama bizarro, o que resultou foi a maior crise política e econômica de toda a história brasileira, elevada a níveis absurdos, que fez tudo parecer um espetáculo midiático tamanha a ousadia e performance dos atores. Para incrementar ainda mais esse enredo de realismo fantástico, entraram em cena personagens jamais vistos e imaginados pelo grande público. Grandes e caros escritórios de advocacia, sessões, ao vivo, do STF e todo um aparato que passou a se constituir no grande circo Brasil. Diante de tão inusitados e estrepitosos acontecimentos, querer falar em espetaculização dos fatos é redundância.
A frase que foi pronunciada
“Democracia é a arte de, da gaiola dos macacos, gerir o circo.”
H. L. Mencken, jornalista e crítico literário
Virada
Já é tradição o bloco dos Raparigueiros. A moçada está preparando uma grande festa na passagem do ano, abrindo o Carnaval da Virada, no último dia do ano. A festa começa às 12h e vai até as 20h, no Quiosque do Regis — Avenida Central do Núcleo Bandeirante. A programação conta com presença de ritmistas e componentes dos blocos filiados à Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília e apresentação da Banda Patakundum (Axé), Retrô ativos (Pop e Rock)  e Angélica e Andrey (sertanejo), além de convidados. Será oferecido almoço, acompanhado de mais de 100kg de pernil assado e grelhados ao preço de apenas R$ 15.
Abuso
Está difícil suportar o alto volume do escapamento das motos que transitam pela cidade. Sem nenhum tipo de vistoria, o abuso é intenso. A reclamação é do nosso leitor Osvaldo Abib, que já registrou 10 reclamações no Detran/DF e a resposta que obteve foi surpreendente. Disseram que anotasse a placa e característica da moto e informasse ao Ciade para que abordassem o motociclista. “Ou seja, a solução encontrada pelo Detran foi para o cidadão ficar na rua, com caderno e caneta na mão e, quando passar uma moto a 80 km/h, com a placa suja, anotar o número e o modelo para que a equipe de fiscalização venha e verifique a irregularidade?” Protesta o leitor.
PSol
A luz do amor brilha em nós quando nos colocamos, uns com os outros, em marcha para superar preconceitos, dominações, todas as opressões. Afinal, como disse Maiakovski, “gente é pra brilhar: esse é o meu slogan. E o do Sol também”. Mais um ano chegou: lúmen! Bonitos os votos de um 2018 melhor desejados pelo deputado federal Chico Alencar.
Sem voz
Caesb insiste em alegar que a qualidade da água do lago distribuída na parte norte da cidade é boa. Uma judiação com a população. Além dos registros feitos pelo Flávio Cadegiani, a própria população atingida parece não ter a voz ouvida pelo governador Rollemberg.
De olho
Anotem aí o valor das obras de construção de viadutos, pontes e túneis na cidade: R$ 207 milhões. Um pequeno trecho do Trevo de Triagem Norte foi inaugurado. As obras andam a passo de tartaruga. Faltam finalizar 15 obras.
História de Brasília
Todo o mundo reconhece o valor que teve o parlamento durante os últimos acontecimentos políticos, mas esses movimentos subterrâneos são, em muitos casos, motivo para desmoralização de todo o Congresso, onde os justos pagam pelos inconformados. (Publicado em 12/10/1961)
Circe Cunha

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Circe Cunha
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